Segundo um comunicado da Presidência francesa, a reunião contou com a participação do chefe de Estado da França, Emmanuel Macron, da chanceler da Alemanha, Angela Merkel e da presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, sem que tenham sido ainda anunciados resultados.
Os três líderes europeus analisaram a nova situação provocada pela variante do novo coronavírus detetada no sul de Inglaterra, depois de os Países Baixos, Bélgica e, mais tarde, Itália, terem anunciado a suspensão dos voos e transportes marítimos provenientes do Reino Unido.
A Alemanha, por seu lado, através de um comunicado divulgado a meio da manhã pelo Ministério da Saúde, indicou que estava a analisar “seriamente” a mesma intenção.
Tal como Portugal, em que uma fonte do Ministério dos negócios estrangeiros disse estar a aguardar por uma posição por parte da UE, a Espanha foi mais longe, e pediu a Bruxelas uma resposta comunitária coordenada para proibir o tráfego aéreo com o Reino Unido, evitando-se uma medida “unilateral”.
Antes, Itália juntou-se aos Países Baixos e à Bélgica na “unilateralidade” da medida e suspendeu os voos procedentes do Reino Unido para “proteger” a população italiana da nova estirpe de COVID-19, mas não adiantou a partir de quando irá vigorar a medida.
Segundo relatos da imprensa italiana, hoje está prevista a chegada a Itália de cerca de duas dezenas e meia de voos oriundos do Reino Unido, onde residem mais de 327 mil cidadãos italianos — dados oficiosos apontam para cerca de 700 mil.
Em Bruxelas, o primeiro-ministro belga, Alexander de Croo, indicou à cadeia de televisão VRT que a suspensão será pelo menos de 24 horas, podendo, porém, ser prolongada, e que começa às 23h00 de hoje.
Em Berlim, fonte do Ministério da Saúde alemão indicou que o Governo está a encarar “seriamente” a suspensão dos voos provenientes do Reino Unido e ainda da África do Sul, o país africano com maior número de infeções, podendo juntar-se também aos Países Baixos cuja decisão foi igualmente tomada hoje e que se prolonga até 1 de janeiro.
As restrições do tráfego aéreo proveniente do Reino Unido e da África do Sul “são uma séria opção” que está a ser analisada por Berlim, acrescentou a fonte.
Nos Países Baixos, um comunicado do Ministério da Saúde holandês recomenda que qualquer introdução desta variante do vírus proveniente do Reino Unido seja limitada tanto quanto possível, “limitando e/ou controlando o movimento de passageiros do Reino Unido”.
As autoridades britânicas já alertaram a Organização Mundial da Saúde (OMS) sobre a descoberta da nova variante do SARS-CoV-2, que é mais facilmente transmissível embora não haja provas de que seja mais letal ou que possa ter impacto na eficácia das vacinas desenvolvidas.
O Reino Unido está na lista dos 10 países mais afetados pela pandemia, ao somar mais de dois milhões de casos de infeção e 67.075 mortes.
A pandemia de COVID-19 provocou pelo menos 1.685.785 mortos resultantes de mais de 76,2 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
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