O presidente da Câmara Municipal de Coruche (no distrito de Santarém), Francisco Oliveira, disse hoje à Lusa que o surto teve origem numa utente que foi fazer um tratamento ao Hospital Distrital de Santarém (HDS) e que acabou por infetar as pessoas que partilhavam o mesmo quarto.

Com o surgimento desses três casos e de uma funcionária no início da semana passada, todos os utentes e funcionários foram testados na quinta-feira, tendo os resultados, conhecidos sábado de manhã, revelado que 26 utentes e oito funcionários estavam infetados, disse.

“A cadeia está identificada e controlada”, declarou o autarca.

A primeira idosa infetada neste lar acabou por morrer, acrescentou.

Ainda no sábado as instalações foram desinfetadas e separados os casos positivos dos que tiveram resultado negativo, sendo que na próxima quinta-feira estes serão de novo submetidos a testes para verificar se existem mais casos, adiantou.

Francisco Oliveira afirmou que o Agrupamento de Centros de Saúde da Lezíria reforçou a assistência ao lar, que se situa numa herdade no Monte da Barca, com um médico e uma enfermeira, tendo a Segurança Social enviado, através das Cruz Vermelha, mais dois funcionários, prevendo-se que cheguem ainda mais quatro.

Segundo o autarca, hoje foi detetado mais um surto num outro lar ilegal, no qual 10 dos 16 utentes tiveram resultado positivo no teste ao SARS-CoV-2.

“Neste momento estamos a avaliar mais este surto”, afirmou, adiantando que, também neste caso, o foco surgiu de uma utente que foi fazer hemodiálise no Hospital de Santarém, estando a ser recomendado que os idosos que regressem do HDS sejam colocados em isolamento.

Francisco Oliveira adiantou que, até ao momento, se registaram cinco óbitos por covid-19 no concelho, um deles da primeira idosa infetada no lar da Misericórdia, mas que tinha outras complicações de saúde, havendo 44 pessoas infetadas (contando com as 34 do lar da Misericórdia), a que se juntarão as da situação ainda em avaliação no lar clandestino.

A Câmara de Coruche tem vindo a prestar apoio logístico, nomeadamente com a cedência de camas e na desinfeção de espaços, medida que adotará mesmo nos lares não legalizados junto da Segurança Social, de forma a garantir a proteção dos mais vulneráveis, afirmou.

A pandemia de covid-19 já provocou mais de 1,2 milhões de mortos e mais de 46,9 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

Em Portugal, morreram 2.635 pessoas dos 149.443 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.