“A análise dos diferentes indicadores revela uma atividade epidémica de SARS-CoV-2 de intensidade reduzida, com tendência decrescente a nível nacional, assim como uma reduzida pressão nos serviços de saúde e impacto na mortalidade com tendência decrescente”, refere o relatório das “linhas vermelhas”.

Segundo a análise de risco semanal da Direção-Geral da Saúde (DGS) e do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA), a incidência de novas infeções por SARS-CoV-2 por 100 mil habitantes, acumulado nos últimos 14 dias, está agora nos 98 casos, com tendência decrescente a nível nacional.

Já o índice de transmissibilidade (Rt) do coronavírus apresenta um valor inferior a 1, indicando também uma tendência decrescente da incidência de infeções por SARS-CoV-2 a nível nacional – 0,89 – e em todas as regiões.

O grupo etário com incidência cumulativa a 14 dias mais elevada correspondeu às crianças dos 0 aos 9 anos – 157 casos por 100 mil habitantes -, que, no entanto, apresenta uma tendência estável a decrescente.

Já a faixa dos idosos com 80 ou mais anos apresentam incidência de novas infeções de 89 casos, o que “reflete um risco de infeção inferior ao risco da população em geral”, adianta o documento.

De acordo com os dados da DGS e do INSA, o número de doentes de covid-19 internadas em Unidades de Cuidados Intensivos (UCI) no continente acompanha também essa evolução decrescente, correspondendo a 27% do valor crítico definido de 255 camas ocupadas, quando na semana anterior este indicador estava nos 29%.

De acordo com o relatório, na quarta-feira estavam internadas em UCI um total de 65 pessoas, 31 das quais nos hospitais da região de Lisboa e Vale do Tejo e 25 do Norte.

Com tendência descrente está também a mortalidade específica por covid-19, que estava a 29 de setembro nos 8,4 óbitos em 14 dias por um milhão de habitantes, uma redução de 14% relativamente à semana anterior.

“Este valor é inferior ao limiar de 20 óbitos em 14 dias por um milhão de habitantes definido pelo Centro Europeu de Controlo de Doenças (ECDC)”, refere o documento, ao salientar que esta taxa revela um “impacte reduzido da pandemia em termos de mortalidade” por covid-19.

A proporção de testes positivos também baixou, sendo agora de 1,2%, quando na semana anterior estava nos 1,6%, encontrando-se abaixo do limiar definido de 4%.

Na última semana foram realizados mais de 387 mil testes de despiste do vírus, mais cerca de 37 mil do que nos sete dias anteriores, adiantam as “linhas vermelhas”, que avançam ainda que a proporção de casos confirmados notificados com atraso foi de 4,7%, menos de metade do limiar de 10%.

A variante Delta, originalmente associada à Índia, continua a ser a dominante em todas as regiões, com uma frequência relativa de 100% dos casos avaliados entre 13 e 19 de setembro em Portugal.

Em Portugal, desde março de 2020, morreram 17.979 pessoas e foram contabilizados 1.069.975 casos de infeção, segundo dados da Direção-Geral da Saúde.

A doença respiratória é provocada pelo coronavírus SARS-CoV-2, detetado no final de 2019 em Wuhan, cidade do centro da China, e atualmente com variantes identificadas em vários países.