“Em comparação com o período antes da pandemia, os resíduos especiais potencialmente infetados duplicaram ou mesmo triplicaram. Em algumas das semanas, o volume triplicou. Em média, duplicou”, disse a responsável pelo controlo e gestão de resíduos do hospital Cremona, Maria Rosaria Vino.
“Pedimos à empresa que elimina os resíduos para intensificar as recolhas e assim resolvemos o problema”, referiu.
A administração do hospital deu aos seus funcionários uma formação em gestão de resíduos perigosos, pedindo a todos que usassem máscaras, luvas, óculos e roupas de proteção sempre que manejassem esse tipo de materiais.
“O risco aumenta porque lidamos com resíduos potencialmente infetados e recolhemos resíduos provenientes de serviços [hospitalares], mas não sabemos exatamente de quais. Por isso, temos de tomar todas as precauções possíveis”, disse o gestor de resíduos Luciano Masseroni.
“Os operadores envolvidos na manipulação de resíduos não enfrentam um risco diferente daquele que existia antes da pandemia, até porque lhes demos formação sobre como usar e retirar todas as proteções”, acrescentou o diretor médico do hospital, Lorenzo Cammelli.
Em cada serviço, foi criada uma sala para o armazenamento desse tipo de lixo, onde os funcionários só podem ficar um máximo de duas horas.
Esses resíduos são retirados através de um elevador de carga e de uma passagem subterrânea do hospital dedicada exclusivamente a esse objetivo, de onde são transferidos para um armazém externo.
Os resíduos são então submetidos a testes de radioatividade e podem permanecer no armazém por um máximo de cinco dias.
De seguida, uma empresa externa transfere e elimina-os noutro local.
“Os responsáveis pelo transporte dos resíduos encontram o contentor do lixo já fechado. Não correm riscos suplementares”, garantiu Lorenzo Cammelli.
A Lombardia é a região italiana mais afetada pelo coronavírus, com cerca de 13.500 mortes, metade do saldo nacional.
A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 211 mil mortos e infetou mais de três milhões de pessoas em 193 países e territórios, tendo mais de 832 mil doentes sido considerados curados.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
Os Estados Unidos são o país com mais mortos (56.253) e mais casos de infeção confirmados (cerca de um milhão).
Seguem-se Itália (26.977 mortos, quase 200 mil casos), Espanha (23.822 mortos, perto de 211 mil casos), França (23.293 mortos, cerca de 166 mil casos) e Reino Unido (21.092 mortos, mais de 157 mil casos).
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