O primeiro-ministro francês, Jean Castex, defendeu hoje que a França atravessa “uma fase difícil” devido à quinta vaga da covid-19, mas que as características da variante Ómicron, menos severa do que a variante Delta, fazem com que seja possível acabar já em fevereiro com algumas restrições adotadas no fim de dezembro do ano passado.

“Temos boas razões para esperar uma melhoria sanitária a médio prazo”, assegurou Jean Castex, em conferência de imprensa.

Assim, a partir de 02 de fevereiro, deixa de ser obrigatório o teletrabalho, acabam as limitações à lotação de salas de espetáculo e outros locais públicos, deixando também de ser obrigatório utilizar a máscara no exterior.

Mais tarde, a 16 de fevereiro, voltarão a abrir as discotecas e será novamente possível consumir de pé nos bares, anunciou ainda o Governo.

O fim destas restrições, segundo o primeiro-ministro, acontece porque vai entrar em vigor já na segunda-feira o ‘passe vacinal’, aprovado em difícil votação na Assembleia Nacional e no Senado, que na prática vai tornar a vacinação obrigatória para todas as pessoas com mais de 16 anos que queiram frequentar espaços públicos.

O ministro da Saúde, Olivier Véran, que também participou na conferência de imprensa de hoje, assegurou que este passe vigorará no país “o tempo que for necessário”, mas “não mais do que isso”, dando a entender que também esta regra será eliminada caso a situação pandémica melhore.

Apesar de a França estar a bater recordes de contaminações, com milhares de turmas sem aulas devido à covid-19, o primeiro-ministro adiantou que no final de fevereiro o protocolo sanitário nas escolas será revisto e possivelmente aligeirado, se os dados continuarem a mostrar uma evolução positiva da pandemia.

Hoje foram registados em França 425 mil novos casos diários de covid-19, havendo quase 28 mil pessoas internadas nos hospitais. Morreram nas últimas 24 horas, 225 pessoas devido ao vírus.

A covid-19 provocou 5.553.124 mortes em todo o mundo desde o início da pandemia, segundo o mais recente balanço da agência France-Presse.

Em Portugal, desde março de 2020, morreram 19.447 pessoas e foram contabilizados 2.059.595 casos de infeção, segundo a última atualização da Direção-Geral da Saúde.

A doença respiratória é provocada pelo coronavírus SARS-CoV-2, detetado no final de 2019 em Wuhan, cidade do centro da China.

Uma nova variante, a Ómicron, classificada como preocupante e muito contagiosa pela Organização Mundial da Saúde (OMS), foi detetada na África Austral e, desde que as autoridades sanitárias sul-africanas deram o alerta em novembro, tornou-se dominante em vários países, incluindo em Portugal.