“Embora o número de infeções esteja a diminuir em Tóquio e Osaka, a situação global permanece precária”, advertiu o primeiro-ministro do Japão, Yoshihide Suga.

“O nível geral [de infeções] continua muito elevado. Nesta situação, acreditamos que é necessário alargar o estado de emergência”, sublinhou o ministro responsável pela pasta ligada à covid-19, Yasutoshi Nishimura.

A prorrogação do estado de emergência, até 20 de junho, vai ser formalizada ao início da noite, horário local, e incluí 10 das 47 áreas administrativas do Japão, incluindo Tóquio, segundo fontes governamentais.

Este estado de emergência decreta apenas, como medidas restritivas, o encerramento de bares e restaurantes às 20:00 e a proibição da venda de álcool.

O Governo japonês está a ser criticado pelos problemas no programa de vacinação, nomeadamente a demora do processo, e pela insistência em manter a realização dos Jogos Olímpicos (23 de julho a 8 de agosto), que representam um fator de risco de contágios, com a chegada de milhares de atletas, oficiais e jornalistas de todo o mundo.

Na quarta-feira, o jornal japonês Asahi, parceiro oficial dos Jogos Olímpicos, apelou ao cancelamento do evento, que descreveu como uma “ameaça à saúde”.

O diário Asahi também acusou o Comité Olímpico Internacional (COI) de ser “egoísta”, uma vez que o vice-presidente do COI, John Coates, anunciou, na semana passada, que os Jogos iriam prosseguir mesmo que Tóquio permanecesse em estado de emergência durante o evento.

Várias associações médicas e grandes empresas do Japão são contra a organização do evento, tendo já sido organizados apelos a protestos que, no entanto, atraíram poucas pessoas.

A organização decidiu banir, no mês de março, os espetadores estrangeiros, sendo a primeira vez na história dos Jogos Olímpicos que isto acontece

A possibilidade de o público japonês estar presente “será decidida após o levantamento do estado de emergência”, afirmou hoje a presidente do comité organizador do Jogos, Seiko Hashimoto.

O Presidente norte-americano, Joe Biden, manifestou o seu apoio à realização dos Jogos no mês de abril e, na quinta-feira, a União Europeia apoiou o evento como um “símbolo de unidade global para derrotar a covid-19″.

A Presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, disse quinta-feira que a autorização da União Europeia para exportar mais de 100 milhões de doses de vacinas para o Japão era “um forte sinal do apoio à preparação e segurança dos Jogos Olímpicos”.

As próximas eleições no Japão estão agendadas para outubro e podem ser influenciadas pelas decisões e medidas tomadas agora em relação aos Jogos Olímpicos, já que Yoshihide Suga e o Partido Liberal Democrático têm sido alvo de críticas no que toca à forma como está a ser gerida a pandemia.