Em comunicado, a OE entende que, face à pandemia que Portugal está a enfrentar, a situação exige, além das medidas já propostas e anunciadas, que "se operacionalizem, de imediato, planos de resposta adequados à contenção e mitigação de transmissão hospitalar, atento o número significativo de profissionais que se encontram já em situação de quarentena".
Assim, a OE criou uma lista de recomendações a nível nacional para serem implementadas nas unidades de saúde, as quais foram comunicadas, por ofício, ao Ministério da Saúde, apelando para a sua implementação.
Entre as recomendações genéricas, propõe-se "a criação de centros Covid-19, com equipas multidisciplinares exclusivamente dedicadas, permitindo uma clara e urgente separação entre suspeitos/infetados com a COVID-19 e os restantes utilizadores dos serviços de saúde".
Propõe ainda a criação de um gabinete de crise do Ministério da Saúde, assessorado por técnicos especializados cedidos pelas ordens profissionais da Saúde.
A nível dos hospitais e serviços de saúde, a OE pede que seja garantido o reforço orçamental imediato com autonomia de gestão aos conselhos de administração e que seja suspensa toda a atividade cirúrgica programada, consultas e meios de diagnóstico não urgentes, na totalidade das unidades prestadoras de cuidados de saúde, seja público, privado ou social.
Outra das recomendações da OE vai no sentido de suspender as situações de acumulação de funções de todos os profissionais de saúde, com exceção daqueles que se encontram a prestar cuidados urgentes, como seja INEM (Instituto Nacional de Emergência Médica), centros de diálise ou outros.
Entre as medidas propostas está também a criação de um gabinete de apoio psicológico nos hospitais que integre enfermeiros, especialistas de saúde mental e psiquiátrica e um gabinete de crise coordenado pelo enfermeiro diretor.
Da lista de recomendações feitas pelo OE está também a requisição de recursos humanos, equipamentos e equipamentos de proteção individual a unidades de saúde do setor privado e social, bem como a aquisição urgente de ventiladores, aparelhos de gasimetria e monitores de sinais vitais.
A OE defende igualmente a implementação de escalas de trabalho que possibilitem o apoio familiar, a menor rotatividade de contacto entre profissionais e doentes e que seja garantida a alimentação da equipa multidisciplinar nos serviços críticos de forma a não se deslocarem a refeitórios ou bares.
No ofício enviado ao Governo, a OE apresenta ainda medidas ao nível dos espaços públicos, transportes, comércio e transações, designadamente a desinfeção diária de todo o espaço público com equipas devidamente protegidas, a criação de circuitos condicionados em todos os espaços de comércio e a suspensão dos custos extra em todos os meios de pagamento por plataformas, como o MBWAY.
Além das medidas elencadas, a OE apela para a necessidade e reforço de contratação de enfermeiros, de forma a garantir a segurança na prestação dos cuidados.
O coronavírus responsável pela pandemia de Covid-19 teve origem na China em dezembro de 2019 e já infetou mais de 200.000 pessoas, das quais mais de 8.200 morreram.
Em Portugal, a Direção-Geral da Saúde (DGS) elevou hoje o número de casos confirmados de infeção para 642, mais 194 do que na terça-feira. O número de mortos no país subiu para dois.
Dos casos confirmados, 553 estão a recuperar em casa e 89 estão internados, 20 dos quais em Unidades de Cuidados Intensivos (UCI).
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