Esta posição foi transmitida por António Costa no final de uma visita ao Hospital Prisional São João de Deus, em Caxias, município de Oeiras, em que esteve acompanhado pela ministra da Justiça, Francisco Van Dunem, e em que assinalou o início do processo de vacinação dos funcionários prisionais.
Interrogado pelos jornalistas sobre as causas da demissão de Francisco Ramos, antigo secretário de Estado da Saúde, o líder do executivo disse que "a substituição do responsável pela `task force´ nada teve a ver com o trabalho no âmbito do plano de vacinação contra a covid-19".
De acordo com António Costa, essa demissão resultou de "uma ocorrência numa instituição, o Hospital da Cruz Vermelha" em que Francisco Ramos também é presidente do Conselho de Administração.
Interrogado se a nomeação do vice-almirante Henrique Gouveia e Melo é um sinal de que o Governo deveria ter dado mais cedo uma posição de destaque aos militares no processo de vacinação contra a convid-19, o primeiro-ministro contrapôs que as Forças Armadas, "desde início", têm assumido um papel central.
"O vice-almirante Gouveia e Melo era já membro da `task force´ e responsável por toda a organização logística desta operação", observou, antes de defender que os prazos "têm estado a ser cumpridos, com a vacinação de quem deve ser vacinado".
Em termos internacionais em matéria de processo de vacinação, António Costa advogou que Portugal está a registar uma taxa de efetividade "quem compara muito bem com os melhores dentro da União Europeia".
"Não podemos dar mais porque não temos mais vacinas. E as vacinas vão sendo entregues pela indústria à Comissão Europeia de acordo com o ritmo contratado, ou no ritmo que reviram (pelo menos num dos casos] em incumprimento do contrato", referiu, aqui numa alusão à multinacional AstraZeneca.
António Costa reafirmou depois que, se todas as vacinas contratadas forem entregues "a tempo e horas, não há nenhuma razão para não acreditar que o plano de vacinação é cumprido".
"É um plano de vacinação bastante longo. Se não houver atrasos ou incidentes, se tudo decorrer com normalidade, atingiremos os 70% de imunização comunitária no final do verão", reafirmou.
Perante os jornalistas, o líder do executivo de Portugal, país que preside atualmente ao Conselho da União Europeia, afastou em absoluto a possibilidade de o Governo recorrer a acordos bilaterais para adquirir mais vacinas.
"É preciso muita ingenuidade pensar-se que qualquer país isolado, ainda que seja grande, estaria em melhores condições do que a Comissão Europeia para negociar em nome dos 27 Estados-membros. Portanto, o que há a fazer é apoiar a Comissão Europeia para garantir que são cumpridos os contratos feitos com a indústria", advogou.
Mas, neste ponto, o primeiro-ministro foi ainda mais longe: "Se acrescentássemos à competição internacional que já existe, mais uma competição entre 27 Estados-membros, seguramente agravaríamos o problema".
"Não creio que esse seja um campeonato que Portugal deva querer disputar com os nossos parceiros", acrescentou.
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