“Não estou a ver que os nossos concidadãos se coloquem ele próprios numa situação em que se tivesse de fechar uma praia”, afirmou o vice-almirante Luís Carlos de Sousa Pereira numa audição na comissão de Defesa Nacional sobre a época balnear, que definiu como “atípica” devido ao surto causado pelo novo coronavírus e pelas regras especiais decretadas.

Apesar de o decreto-lei que regula um eventual encerramento de uma praia ter sido publicado na segunda-feira, segundo disse, Sousa Pereira afirmou não acreditar nesse cenário devido à “responsabilidade cívica” dos portugueses em resposta à crise pandémica nos últimos dois meses, com o período de confinamento e estado de emergência.

Tal decisão, admitiu, só deveria acontecer “se houvesse um desrespeito geral das regras”.

“Devemos ter previsto [o encerramento das praias], mas é algo que nenhum de nos quer ver acontecer”, rematou.

O comandante-geral da Polícia Marítima (PM) revelou hoje que vai ser dada especial atenção às praias não vigiadas durante a época balnear, reforçando a vigilância quando se verificar um maior número de banhistas nessas zonas.

A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de COVID-19 já provocou mais de 346 mil mortos e infetou mais de 5,5 milhões de pessoas em 196 países e territórios.

Em Portugal, morreram 1.342 pessoas das 31.007 confirmadas como infetadas, e há 18.096 casos recuperados, de acordo com a Direção-Geral da Saúde.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.