O ajuste à estratégia de controlo da pandemia, seguida durante os recentes surtos, foi anunciada pela Comissão de Saúde da China, na terça-feira à noite, no mesmo dia em que a China registou 5.280 casos, o valor mais elevado desde o início de 2020.

Com base num “estudo detalhado das características de transmissão das variantes Delta e Ómicron”, só terão de ir para o hospital os infetados com sintomas moderadamente graves, disse a Comissão.

A China espera assim aliviar a pressão sobre o sistema hospitalar, que enfrenta um ressurgimento da covid-19 numa escala sem precedentes desde o início da pandemia, em Wuhan, em 2020.

A estratégia “dinâmica de covid zero” da China obrigava todos os infetados e contactos próximos a serem tratados ou isolados em hospitais ou centros de quarentena.

Estas diretrizes mostraram serem de difícil aplicação em províncias como Jilin, no nordeste da China, com grande número de pacientes com sintomas ligeiros.

Entre os 1.509 casos positivos registados na terça-feira em Jilin, 1.494 eram assintomáticos ou tinham sintomas ligeiros.

A Comissão indicou ainda que os doentes hospitalizados com poucas hipóteses de infetar outros poderão receber alta e, em vez de uma quarentena, submeter-se a um período de uma semana de “autovigilância de saúde em casa”.

Na semana passada, as autoridades de saúde da China deram, pela primeira vez, ‘luz verde’ ao uso doméstico de testes rápidos de antigénios, que a Comissão considerou “um complemento para melhorar ainda mais a capacidade de deteção precoce de casos”.

As novas diretrizes apontaram também a “padronização do tratamento antiviral” contra a covid-19, que inclui dois medicamentos aprovados nas últimas semanas: o Paxlovid, da empresa norte-americana Pfizer, e outro de produção chinesa, desenvolvido pela empresa Brii Biosciences.

Entretanto, a Comissão anunciou a deteção de 1.952 casos confirmados, nas últimas 24 horas, 1.860 dos quais por contágio local em diferentes partes do país, com destaque para o surto em Jilin, onde foram registadas 1.456 infeções.

A covid-19 provocou pelo menos 6.011.769 mortos em todo o mundo desde o início da pandemia, segundo o mais recente balanço da agência France-Presse.

A doença é provocada pelo coronavírus SARS-CoV-2, detetado no final de 2019 em Wuhan, cidade do centro da China.

A variante Ómicron, que se dissemina e sofre mutações rapidamente, tornou-se dominante no mundo desde que foi detetada pela primeira vez, em novembro, na África do Sul.