Há uma semana, o governo chinês informou que quase 60.000 pessoas morreram de COVID-19 em hospitais, até 12 de janeiro.

Ontem, o Centro de Controlo e Prevenção de Doenças (CDC) da China anunciou que 681 pacientes hospitalizados morreram de insuficiência respiratória por coronavírus, e outros 11.977, de outras doenças combinadas com o vírus.

Esses dados não incluem pessoas que morreram em casa.

A Airfinity, uma consultoria independente, estimou que a taxa diária de mortalidade na China atingirá o pico de 36.000 durante o Ano Novo Lunar neste fim de semana.

A empresa também estimou que mais de 600.000 pessoas morreram da doença desde que a China abandonou a sua política de "covid zero" em dezembro.

A China já superou o pico de casos, segundo os registos de internamentos em clínicas, pronto-socorros e unidades de cuidados intensivos, disse Guo Yanhong, funcionário de alto escalão da Comissão Nacional de Saúde, na quinta-feira.

Baixa probabilidade de segunda onda

Dezenas de milhões de pessoas viajaram neste fim de semana para se reunirem com as suas famílias e celebrar o feriado mais importante do calendário chinês, neste domingo, aumentando os temores de um agravamento do surto epidémico.

As autoridades de transporte chinesas projetam que, entre este mês e fevereiro, serão feitas mais de dois mil milhões de viagens, um dos maiores movimentos de pessoas do mundo.

Na quarta-feira, o presidente Xi Jinping manifestou a sua preocupação com a propagação do vírus nas áreas rurais da China, que têm menos recursos de saúde.

O diretor de Epidemiologia do CDC, Wu Zunyou, afirmou, porém, que o país não vai sofrer uma segunda onda de contágios nos próximos dois a três meses, depois de milhões de pessoas viajarem das grandes cidades para as suas cidades natais.

Segundo ele, cerca de 80% da população já foi infetada. "Embora o grande número de pessoas a viajarem durante o Festival da Primavera possa promover uma propagação da epidemia até certo ponto (...) a atual onda epid´wmica já infetou cerca de 80% da população", disse Zunyou.

"No curto prazo, por exemplo, nos próximos dois a três meses a possibilidade de (...) uma segunda onda da epidemia no país é muito baixa", completou.

No sábado à noite, moradores de Wuhan, a metrópole do centro do país onde o novo coronavírus foi detetado pela primeira vez, no final de 2019, comemoraram a chegada do Ano do Coelho com fogos de artifício, flores e oferendas aos mortos pelo vírus.