Os dados foram apresentados pela líder do executivo comunitário, Ursula von der Leyen, aos líderes europeus hoje reunidos em cimeira em Bruxelas e partilhados na rede social Twitter, numa altura em que chefes de Estado e de Governo da UE voltam a discutir a coordenação na gestão da pandemia designadamente em termos de livre circulação à luz das novas variantes.
“Apresentei aos líderes governamentais o ponto da situação sobre a entrega e vacinação de vacinas e as estimativas de entregas até ao final do ano. Fizemos progressos constantes. Excedemos os nossos objetivos de entrega para o segundo trimestre, mas precisamos de acelerar ainda mais a vacinação”, vinca a responsável na publicação.
Em concreto, de acordo com estes dados, um total de 220 milhões adultos da UE (o equivalente a perto de 60%) receberam pelo menos uma dose da vacina, de um total de 346 milhões de doses já administradas pelos Estados-membros.
Datados do próximo domingo (em que acaba a semana), os dados revelam ainda que as farmacêuticas entregaram à UE perto de 424 milhões de doses de vacinas neste segundo trimestre, quando se esperavam menos de 400 milhões.
Para o terceiro trimestre deste ano estima-se a entrega à UE de 497 milhões de doses de vacinas, da Pfizer/BioNTech (201 milhões), Moderna (110 milhões), AstraZeneca (100 milhões) e Johnson & Johnson (86 milhões).
Só em julho, esperam-se 65 milhões de doses do fármaco da Pfizer/BioNTech, 18 milhões do da Moderna e sete milhões do da Johnson & Johnson. É desconhecido o total referente à AstraZeneca, devido aos problemas de fornecimento.
Por seu lado, no quarto trimestre, projeta-se a chegada ao espaço comunitário de 399 milhões de doses de vacinas anticovid-19: Pfizer/BioNTech (132 milhões), Moderna (155 milhões), AstraZeneca (100 milhões) e Johnson & Johnson (12 milhões).
Atualmente, estão então aprovadas quatro vacinas anticovid-19 na UE: a Comirnaty (nome comercial da vacina Pfizer/BioNTech), Moderna, Vaxzevria (novo nome do fármaco da AstraZeneca) e Janssen (grupo Johnson & Johnson).
Além dos constantes atrasos na entrega das vacinas e em quantidades aquém das contratualizadas por parte da farmacêutica AstraZeneca, a campanha de vacinação da UE tem sido marcada por casos raros de efeitos secundários como coágulos sanguíneos após toma deste fármaco, relação confirmada pelo regulador europeu, como também aconteceu com a vacina da Johnson & Johnson.
No caso da AstraZeneca, a farmacêutica foi obrigada judicialmente (por um tribunal belga) a cumprir os prazos de entrega de vacinas à UE.
Num relatório divulgado na quarta-feira, o Centro Europeu de Prevenção e Controlo das Doenças (ECDC, na sigla em inglês) estimou que a variante Delta do SARS-CoV-2 seja responsável por 90% das novas infeções na Europa até final de agosto e por um aumento nos internamentos e mortes, pedindo avanços rápidos na vacinação na UE.
Isto porque, segundo o ECDC, “aqueles que receberam apenas a primeira dose – de um processo de vacinação de duas – estão menos protegidos” contra a mais transmissível e perigosa variante Delta.
“No entanto, a vacinação completa proporciona uma proteção quase equivalente contra a variante Delta”, adiantou a agência europeia.
A ferramenta ‘online’ do ECDC para rastrear a vacinação da UE, que tem por base as notificações dos Estados-membros, revela que até ao momento uma média de 34,3% da população adulta da UE já foi inoculada com duas doses de vacina contra a covid-19, enquanto cerca de 57,5% recebeu a primeira dose.
Ainda de acordo com o ECDC, 210 milhões de adultos da UE receberam pelo menos uma dose da vacina enquanto 125 milhões têm já o esquema de vacinação concluído.
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