"Angola e Moçambique, com cerca de mil casos, são exemplos de países que fizeram muito bem no controlo da pandemia tendo em conta a população que têm, e temos de perceber o que estão a fazer bem para replicar noutros países", disse John Nkengasong durante a conferência de imprensa semanal do CDC África.

"A Nigéria é um país muito grande, com 200 milhões de habitantes, e as infeções por COVID-19 estão nos 34 ou 35 mil, portanto há que elogiar o governo e o CDC Nigéria, porque sem os seus esforços os números seria enormes, basta olhar para o que está a acontecer no Brasil e na Índia; os números da Nigéria são elevados, sim, mas temos de os colocar em contexto", defendeu o diretor do CDC África. 

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Na conferência de imprensa semanal, John Nkengasong disse que África tem atualmente cerca de 750 mil casos de pessoas infetadas com o novo coronavírus, dos quais resultaram cerca de 16 mil mortos, demonstrando uma taxa de mortalidade de 2,1%.

"A boa notícia é que houve 410 mil pessoas que recuperaram, mais de metade, o que é muito encorajador", disse o responsável, precisando que a doença distribui-se de forma quase igual por género: 49% dos infetados são homens e 51% são mulheres.

Cinco países concentram 75% dos casos, a começar pela África do Sul, que tem 51% de todos os casos registados no continente, seguido pelo Egito (11%), Nigéria (5%), Gana (3,4% e Argélia (3,1%).

Segundo os dados mais recentes, apresentados na quarta-feira pelo CDC África, Angola tem 30 mortos entre os 779 casos diagnosticados, enquanto Moçambique contabiliza 1.536 casos e 11 vítimas mortais.

O primeiro caso de COVID-19 em África surgiu no Egito em 14 de fevereiro e a Nigéria foi o primeiro país da África subsaariana a registar casos de infeção, em 28 de fevereiro.

A pandemia de COVID-19 já provocou mais de 617.500 mortos e infetou mais de 15 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela AFP.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

Depois de a Europa ter sucedido à China como centro da pandemia em fevereiro, o continente americano é agora o que tem mais casos confirmados e mais mortes.

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