As autoridades de Saúde brasileiras investigam ainda uma eventual relação de 2.323 mortes com a covid-19, doença que está com uma taxa de letalidade de 2,9% no país.

De acordo com o Ministério da Saúde, o número de recuperados da doença chega a 4.619.560, enquanto que 427.526 infetados continuam sob acompanhamento médico.

Geograficamente, São Paulo é o foco da pandemia no país, concentrando 1.057.240 casos de infeção, sendo seguido pela Bahia (332.898), Minas Gerais (331.433) e Rio de Janeiro (289.440).

A lista de unidades federativas com mais vítimas mortais é liderada por São Paulo (37.870), Rio de Janeiro (19.654), Ceará (9.199) e Pernambuco (8.469), respetivamente

O governador de São Paulo, João Doria, disse hoje que a vacina contra a covid-19 será obrigatória em todo o estado paulista, caso seja aprovada nos testes e receba o aval da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

De acordo com Doria, apenas cidadãos com atestado médico não terão a obrigatoriedade de receber o imunizante.

“Em São Paulo a vacinação será obrigatória, exceto para quem tenha orientação médica e atestado médico de que não pode tomar a vacina. Adotaremos medidas legais se houver contrariedade nesse sentido”, disse o governador, em conferência de imprensa.

João Doria revelou ainda que os testes da vacina chinesa CoronaVac devem ser finalizados neste final de semana e os resultados deverão ser anunciados na próxima segunda-feira, dia em que os enviará à Anvisa.

“O que São Paulo deseja é compartilhar a vacina (CoronaVac), para que outros estados brasileiros possam vacinar. São Paulo vai vacinar. Já garanti que os 45 milhões de brasileiros em São Paulo serão vacinados”, acrescentou o Governador, que acusou o Presidente, Jair Bolsonaro, de politizar a vacina contra a covid-19 depois que o Ministério da Saúde deixou de incluir o imunizante chinês testado no calendário de vacinação.

O imunizante é testado desde julho em São Paulo e noutros estados numa parceria da Sinovac com o Instituto Butantan, órgão ligado ao governo regional de São Paulo.

O discurso de Dória contraria a posição de Bolsonaro, que defendeu várias vezes que não obrigará os cidadãos brasileiros a tomarem o imunizante contra o novo coronavírus.

“Não podemos injetar qualquer coisa nas pessoas e muito menos obrigar. Eu falei, inclusive, que ninguém vai ser obrigado a tomar vacina, e o mundo caiu na minha cabeça. A vacina é uma coisa que, no meu entender, você faz a campanha e busca uma solução. Você não pode amarrar o cidadão e dar a vacina nele. Eu acho que não pode ser assim”, afirmou o Presidente no mês passado.

Contudo, em fevereiro deste ano, Bolsonaro sancionou uma lei que permite a adoção de uma série de medidas face a emergência de Saúde, entre elas a “determinação de realização compulsória de vacinação e outras medidas profiláticas”.

Com cerca de 212 milhões de habitantes e um elevado número de casos de infeção pelo novo coronavírus, o país sul-americano é considerado um laboratório ideal para testar várias potenciais vacinas, com farmacêuticas a procurarem agora verificar a sua eficácia e segurança.

A pandemia de covid-19 já provocou mais de um milhão e noventa e nove mil mortos e quase 39 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.