Os números fazem parte do último boletim epidemiológico, difundido na segunda-feira pelo Ministério da Saúde brasileiro, e dá conta de taxa de incidência da doença no país de 169 mortes e 6.433 casos por 100 mil habitantes.

Os dados de hoje ficam muito abaixo dos números atingidos na semana anterior, quando o país alcançou sucessivos recordes de mortes, chegando ao máximo histórico de 4.249 óbitos num só dia.

Segundo explicações da própria tutela da Saúde, essa diminuição deve-se à falta de recursos humanos ao fim de semana para testar e recolher os dados, sendo que estes acabam por ser consolidados às terças-feiras.

Contudo, o Brasil, com cerca de 212 milhões de habitantes e que é o segundo país com mais mortes em todo o mundo e o terceiro com mais casos, continua a ser a nação que mais vítimas mortais registou nas últimas 24 horas, acima da Índia e dos Estados Unidos.

Geograficamente, São Paulo (2.648.844), Minas Gerais (1.228.659), Rio Grande do Sul (892.087) e Paraná (884.065) são os Estados que concentram mais diagnósticos confirmados de covid-19.

Por outro lado, as unidades federativas com mais óbitos são São Paulo (83.098), Rio de Janeiro (39.444), Minas Gerais (28.090) e Rio Grande do Sul (22.047).

No momento em que o Brasil atravessa a sua pior fase na pandemia, os presidentes do Senado e da Câmara dos Deputados do Brasil pediram ao secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, ajuda para melhorar o acesso do país às vacinas contra a covid-19.

“Expusemos a situação dramática do Brasil” e “reforçámos o pedido de ajuda à ONU para que o país se converta numa prioridade para o consórcio Covax Facility, a fim de que haja uma antecipação na entrega das vacinas”, explicou o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, nas redes sociais.

O consórcio Covax Facility é uma iniciativa que reúne cerca de 150 países e visa garantir uma distribuição equilibrada de vacinas, das quais o Brasil reservou 42 milhões de doses, mas ainda não recebeu nenhuma.

Além dessas, o Governo brasileiro, presidido por Jair Bolsonaro, assegura ter “contratado” outras 500 milhões de doses de imunizantes a diversos laboratórios, suficientes para vacinar os 212 milhões de brasileiros e que deverão chegar ao país ao longo deste ano.

No entanto, o processo de imunização avança muito lentamente no Brasil e, até ao momento, segundo dados oficiais, apenas 26 milhões de pessoas foram vacinadas, a grande maioria com a primeira das duas doses necessárias.

O Instituto Butantan, que têm acordos para a produção do antídoto desenvolvido pelo laboratório chinês Sinovac, enviou na segunda-feira um novo lote da Coronavac para o Ministério da Saúde com 1,5 milhão de doses do imunizante. O novo lote faz parte das 46 milhões de doses contratadas pelo Plano Nacional de Imunizações (PNI).

Até ao momento foram entregues 39,7 milhões de doses ao PNI, 86,3% do total acordado com o Ministério da Saúde.

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa, órgão regulador do Brasil) informou na segunda-feira que adiou para o 19 de abril o início da inspeção nas duas fábricas da vacina Sputnik V na Rússia.

A inspeção, inicialmente marcada para decorrer entre 15 e 21 de abril, irá realizar-se entre 19 a 23 deste mês, após um pedido do Fundo Soberano Russo.

A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 2.937.355 mortos no mundo, resultantes de mais de 135,9 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.