O processo de aquisição das vacinas é “totalmente transparente e não é uma corrida dos países mais capazes”, disse John Nkengasong durante a conferência de imprensa semanal do África CDC sobre a pandemia do novo coronavírus.
A este propósito, recordou situações no passado em que as terapias chegaram mais tarde ao continente, como no caso dos antirretrovirais (tratamento de infeções como o VIH) ou, mais recentemente, da vacina contra a gripe A (H1N1).
Entre o período em que essas terapêuticas estiveram disponíveis e a altura em que chegaram a África “muitos, muitos africanos morreram”, disse.
“Temos de trabalhar em conjunto e nenhum país deve ser deixado para trás”, afirmou.
Nesta 25.ª reunião semanal de imprensa sobre a pandemia de COVID-19, o diretor do África CDC disse que estão em curso negociações com bancos africanos para assegurar a aquisição das vacinas, mostrando-se preocupado com “a nacionalização” das mesmas.
E explicou que os países com maior capacidade para adquirir as vacinas para a sua população também não estarão seguros se as vacinas não chegarem a África.
Neste encontro virtual, em que participou a diretora-geral do Ministério da Saúde do Gabão, John Nkengasong elegeu como principal mensagem a necessidade de a abertura dos países ser acompanhada de uma “forte vigilância”.
“A economia irá recuperar consoante as medidas de saúde pública que forem aprovadas”, disse.
Perante a ainda inexistência de vacinas, insistiu na prevenção da infeção, não só da parte da população em geral, como dos profissionais de saúde.
John Nkengasong elogiou as “medidas corajosas” que os líderes dos países têm assumido para proteger o continente da infeção e recordou que o África CDC está a trabalhar com os Estados-membros para garantir uma resposta adequada ao surto nos países e para manter o número “encorajador” de recuperações.
Como balanço da pandemia, John Nkengasong referiu que a COVID-19 está agora em 215 países e territórios, contabilizando mais de 23 milhões de casos, tendo causado a morte a mais de 810.000 pessoas.
Em África, o número de mortes pelo novo coronavírus é hoje de 28.596, num universo de 1.212.012 infetados no continente, das quais 942.249 foram declaradas como recuperadas.
O primeiro caso de COVID-19 em África surgiu no Egito em 14 de fevereiro e a Nigéria foi o primeiro país da África subsaariana a registar casos de infeção, em 28 de fevereiro.
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