“Não podemos qualificar se se trata de um furto ou não. Participámos às autoridades policiais esta circunstância e temos aberto um inquérito para apuramento do que aconteceu”, disse hoje à agência Lusa Joaquim Araújo, vogal executivo do conselho de administração da ULSNA, de que faz parte o hospital de Elvas, no distrito de Portalegre.

O mesmo responsável admitiu que o desaparecimento de máscaras de proteção da unidade hospitalar, que ocorreu no passado fim de semana, poderá estar relacionado com o novo coronavírus (Covid-19).

“Esta situação poderá ter a ver com esta problemática [surto de Covid-19] e as pessoas, especialmente os funcionários, numa atitude defensiva, julgamos nós, tomam esta medida, mas só o inquérito eventualmente poderá esclarecer”, disse.

Joaquim Araújo não quantificou o número de máscaras de proteção que desapareceram do serviço de Medicina do Hospital de Santa Luzia, uma vez que ainda está a ser feito o “apuramento de tudo”.

No entanto, garantiu que a situação "não põe em perigo qualquer fornecimento aos serviços” e afastou a possibilidade de ser feito comércio com as máscaras.

“É grave, não nego a situação porque aconteceu, mas já foram tomadas medidas para salvaguardar tudo”, acrescentou.

O surto de Covid-19, que pode causar infeções respiratórias como pneumonia, provocou mais de 3.100 mortos e infetou mais de 90 mil pessoas em cerca de 70 países e territórios - incluindo quatro em Portugal -, tendo cerca de 48 mil recuperado, segundo autoridades de saúde de vários países.

Além de 2.943 mortos na China, onde o surto foi detetado em dezembro, há registo de vítimas mortais no Irão, Itália, Coreia do Sul, Japão, França, Hong Kong, Taiwan, Austrália, Tailândia, Estados Unidos da América, San Marino e Filipinas.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) declarou o surto de Covid-19 como uma emergência de saúde pública internacional de risco “muito elevado”.

A Direção-Geral da Saúde (DGS) confirmou na segunda-feira os dois primeiros casos de infeção em Portugal, um homem de 60 anos e outro de 33, internados em hospitais do Porto.

Hoje, a DGS elevou para quatro o número de casos de infeção pelo novo coronavírus em Portugal.

Um tripulante português de um navio de cruzeiros está hospitalizado no Japão com confirmação de infeção.