De acordo com o mais recente boletim sobre a progressão da doença, elaborado pela Direção Nacional de Saúde Pública e com dados até 31 de janeiro, estava contabilizado no país um acumulado de 10.859 casos de cólera desde 01 de outubro último.
No boletim anterior, com dados até 29 de janeiro, o acumulado era de 10.589 casos de cólera, que provocaram até então 25 mortos.
Desde o início de janeiro que não se registavam oficialmente óbitos por cólera em Moçambique, mas no período de 29 a 31 de janeiro foi contabilizada a 26.º vítima mortal do atual surto, neste caso na província de Tete.
A taxa de letalidade da doença mantém-se atualmente em 0,2% e há 38 doentes internados no país, segundo os mesmos dados.
A Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) realiza hoje uma cimeira extraordinária de chefes de Estado e de Governo com o objetivo a “apreciação do relatório dos ministros da saúde sobre a situação da cólera” na região, anunciou a Presidência moçambicana.
“Espera-se que o evento tome decisões sobre as melhores estratégias para a abordagem e contenção desta doença”, refere um comunicado da Presidência da República.
O Governo moçambicano avançou na semana passada que 29 distritos registam surtos da doença de baixa intensidade e que a cólera está totalmente erradicada em sete.
A província mais afetada pela atual vaga deste surto de cólera é Nampula (norte), com um acumulado de 3.444 casos e 12 óbitos, seguida de Tete (noroeste), com 2.148 casos e sete óbitos.
As autoridades sanitárias moçambicanas vacinaram recentemente contra a cólera, em cinco dias, mais de 2,2 milhões de pessoas nos distritos mais afetados pelo atual surto, correspondendo a uma cobertura praticamente total face ao programado.
Em declarações anteriores à Lusa, o chefe do Programa Alargado de Vacinação do Ministério da Saúde, Leonildo Nhampossa, avançou que foram vacinadas contra a cólera, em quatro províncias, entre 08 e 12 de janeiro, um total de 2.268.548 pessoas, com mais de 1 ano de idade.
Isto “corresponde a uma cobertura de 100%. Os objetivos foram completamente alcançados”, disse ainda.
O grupo-alvo desta operação de vacinação era de 2.271.136 pessoas, correspondente à população que vive nas áreas mais vulneráveis e de foco para o atual surto, referiu anteriormente o Ministério da Saúde.
De acordo com a informação da Direção Nacional de Saúde Pública, a campanha destinou-se à população com idade igual ou superior a um ano e foi realizada nos distritos de Chiúre e Montepuez (província de Cabo Delgado), Gilé, Gurué e Mocuba (Zambézia), Mágoe, Moatize e Zumbo (Tete) e Maringue (Sofala).
Esta campanha de vacinação mobilizou 1.136 equipas, com 7.337 elementos, incluindo vacinadores, mobilizadores, registadores, supervisores, coordenadores, pessoal para digitar dados, logísticos e motoristas, entre outros, tendo custado cerca de 1,3 milhões de dólares (1,19 milhões de euros), entre fundos do Estado e dos parceiros de cooperação de Moçambique.
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