
"Cinco casos foram registados [na última semana] na prefeitura de Boke, que faz fronteira com a Guiné-Bissau [a sul]. Os cinco casos estavam fortemente agrupados na subprefeitura costeira de Kamsar", referiu o relatório semanal sobre a evolução da epidemia de vírus Ébola.
Ainda segundo o documento, disponibilizado na Internet, as investigações preliminares sugerem que os casos "podem ter tido origem numa cadeia de transmissão de Conacri".
Dada a proximidade, "uma equipa de resposta da Guiné-Bissau foi enviada para a fronteira para avaliar pontos de entrada", anunciou a OMS.
Por outro lado, "uma equipa de investigação epidemiológica também se mobilizou para garantir que quaisquer contatos que atravessam a fronteira são rastreados". Apesar de os países vizinhos (Guiné-Conacri, Mali e Senegal) já terem sido afetados pela epidemia, nenhum caso de Ébola foi detetado na Guiné-Bissau.
Analistas ouvidos pela Lusa consideram que tal se deve ao facto de o epicentro da transmissão do vírus estar em regiões mais a sul da Guiné-Conacri e também por ninguém procurar Bissau para tratamentos médicos.
A Guiné-Bissau possui desde março um laboratório instalado por Portugal onde especialistas do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) e do Instituto Nacional de Saúde (INSA) Dr. Ricardo Jorge podem detetar o vírus Ébola a partir de amostras em cerca de cinco horas. Até então, seria necessário recorrer ao estrangeiro com prazos mais longos, sob pena de a demora na análise comprometer o isolamento das cadeias de transmissão.
De acordo com o relatório da OMS, a semana passada foi aquela em que se registou o maior número total de casos confirmados de Ébola ao longo de um mês, com 35 casos notificados da Guiné-Conacri e Serra Leoa.
Comentários