O vice-ministro chinês da Agricultura Yu Kangzhen admitiu, em conferência de imprensa, que a situação é “complicada e grave”, apesar dos esforços para conter o surto.
Yu revelou que o Governo está a desenvolver uma vacina para combater a doença, mas que vai ser “um longo caminho a percorrer”.
O responsável garantiu, no entanto, que “o surto de peste suína na China abrandou significativamente”. “Esse é um fato indiscutível”, afirmou.
A carne de porco é parte essencial da cozinha chinesa, compondo 60% do total do consumo de proteína animal no país. Dados oficiais revelam que os consumidores chineses comem 55 milhões de quilos de carne de porco por ano, de longe o maior mercado do mundo.
O país produz anualmente 430 milhões de porcos.
A atual onda de surtos começou na Geórgia, em 2007, e espalhou-se pela Europa do Leste e Rússia, antes de chegar à China, em agosto passado.
Inicialmente, Pequim insistiu que estava tudo sob controlo, mas os surtos acabaram por se alastrar por todo o país.
Apenas a ilha de Hainan, no extremo sul da China, e as regiões administrativas especiais de Macau e Hong Kong, não registaram ainda casos.
Os fornecedores estão a preencher a lacuna com o aumento das importações, implicando uma reorganização dos mercados de proteínas globais e o aumento dos preços na Ásia e na Europa.
As autoridades chinesas autorizaram, desde o final do ano passado, os matadouros portugueses Maporal, ICM Pork e Montalva a exportar para o país.
Estimativas iniciais apontavam que as exportações portuguesas para China se fixassem em 15.000 porcos por semana, movimentando, no total, 100 milhões de euros.
Visto pelos produtores portugueses como o “mais importante” acontecimento para a suinicultura nacional “nos últimos 40 anos”, a abertura do mercado chinês deverá agora ter efeitos inflacionários em Portugal.
A peste suína africana não é transmissível aos seres humanos, mas é fatal para porcos e javalis.
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