“Vamos ter radioterapia nos Açores, isso é uma consequência lógica daquilo que tem sido a evolução normal do Serviço Regional de Saúde”, afirmou Luís Cabral, em declarações aos jornalistas, acrescentando que foram ultrapassadas "há cerca de duas semanas as divergências" relativamente à questão do pagamento dos utentes, pelo que "existem todas as condições para que o promotor possa avançar rapidamente com a obra".

O Centro de Radioterapia dos Açores, que será instalado nos terrenos junto ao hospital de Ponta Delgada, estava inicialmente previsto como parceria público-privada, mas depois de ter sido recusado por duas vezes o visto do Tribunal de Contas, o executivo regional abandonou esta ideia, passando o projeto a ser um investimento privado.

Luís Cabral, que falava após uma visita ao Serviço de Atendimento Complementar (SAC), em Ponta Delgada, assinalando a primeira semana de funcionamento de uma valência que concentra as consultas para os utentes sem médico de família, afirmou que o executivo açoriano quis garantir que "não só o centro vai ser instalado, como é um centro com sustentabilidade quer para o promotor privado, quer para o Governo Regional".

"Era fundamental que os preços se aproximassem aos preços que são praticados em todo o país", referiu ainda, não precisando valores. Disse, no entanto, que são preços que "neste momento garantem que os tratamentos que estão a ser feitos aos açorianos no continente podem ser feitos na região" sem que haja para os Açores "um acréscimo de despesa com isso".

Questionado sobre o arranque das obras, o titular pela pasta da Saúde nos Açores disse que depende do promotor da iniciativa privada.

"Existiram alguns contratempos relativamente àquilo que era a definição dos preços, porque não fazia sentido que o Governo Regional pagasse mais por um serviço prestado na região do que aquilo que atualmente paga por um serviço prestado no continente. Esta situação foi devidamente esclarecida, está já ultrapassada e aquilo que se espera agora é (...) que o promotor possa avançar com as obras de instalação do centro o quanto antes", explicou.

O secretário regional da Saúde adiantou ainda que “está em curso uma revisão da orgânica do Centro de Oncologia dos Açores” (COA) de forma a que possa incluir também uma comissão de coordenação oncológica “em toda a vertente da oncologia”.

Sobre o Serviço de Atendimento Complementar na cidade de Ponta Delgada, que hoje visitou, destacou que a valência, que funcionará entre 08:30 e as 20:00, para atendimentos por médicos de medicina geral e familiar "em situações de doença aguda", vai disponibilizar "cerca de 60 consultas por dia com dois médicos em permanência".

"Ou seja, mais de mil consultas por mês que estão aqui disponibilizadas além do atendimento de cerca de mais de 1.500 atendimentos de enfermagem, nomeadamente, a realização de pensos do Centro de Saúde de Ponta Delgada", acrescentou.