Na passada sexta-feira, a instituição onde funciona uma unidade da Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados, com 22 utentes, e uma unidade assistencial privada, com 40 utentes, foi notificada pela delegada de Saúde do Agrupamento de Centros de Saúde Baixo Vouga no sentido de suspender temporariamente a sua atividade.

Em comunicado, a Administração Regional de Saúde do Centro explicou que a decisão foi tomada após ter sido detetado "um conjunto de inconformidades graves nas mais diversas áreas", tendo os utentes sido transferidos para outras unidades, em articulação com o Centro Distrital de Aveiro da Segurança Social.

Contactado hoje pela Lusa, José Chambino, da administração da Casa de Saúde de Santo António, fala numa “injustiça” que estão a fazer aos utentes, às famílias, à instituição e aos próprios funcionários.

"A Segurança Social raptou-nos os utentes. Foram todos transferidos em condições desumanas e para locais muito piores. Já tivemos relatos de famílias a pedir por favor para a gente fazer tudo, para os conseguirem tirar dos locais onde estão", disse José Chambino.

Quanto às alegadas "inconformidades graves" detetadas pela autoridade de saúde, José Chambino diz que estão a analisar o auto de vistoria, mas realça que são tudo "questões menores" do ponto de vista da atividade que exercem.

"É a falta de um caixote de lixo com pedal, de um gel de banho e de uma bisnaga de álcool não sei aonde. Portanto, são coisas deste género", esclareceu.

O mesmo responsável afirmou ainda que estão a fazer tudo para reverter a situação e reabrir a casa de saúde, admitindo a possibilidade de recorrer à justiça para que se apurem todas as responsabilidades civis e eventualmente criminais.

"É evidente que os prejuízos estão causados e tem que haver responsabilidades em relação a este caso, que nós achamos ilegal", disse.