Embora a UE avance em direção às energias renováveis, como a eólica e a solar, o carvão foi responsável por 18% das emissões de gases com efeito de estufa do bloco em 2014, e correspondeu a um quarto da eletricidade gerada no bloco em 2015, de acordo com o documento.

As emissões de 257 centrais elétricas"estiveram associadas a 22.900 mortes prematuras em 2013", disse o relatório, intitulado "Nuvem escura da Europa: como países que queimam carvão deixam os seus vizinhos doentes". Há um total de 280 usinas movidas a carvão no bloco.

O estudo foi realizado por investigadores de quatro grupos lobby das energias verdes: Health and Environment Alliance, WWF, Climate Action Network Europe e Sandbag.

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Além das mortes, o relatório culpa a poluição das centras elétricas de carvão por cerca de 12.000 novos casos de bronquite crónica e mais de meio milhão de ataques de asma em crianças na União Europeia em 2013.

Os "gastos substanciais" com tratamentos médicos e com a redução da produtividade no trabalho estão estimados na ordem dos 32,4 e 62,3 mil milhões de euros, segundo o relatório.

Cerca de 83% das mortes (aproximadamente 19.000) foram atribuídas à inalação de partículas pequenas - menos de 2,5 micrómetros de diâmetro - que podem entrar nos pulmões e infiltrar-se na corrente sanguínea.

"As causas de morte mais comuns ligadas à exposição de partículas são acidentes vasculares cerebrais, doenças cardíacas, doença pulmonar crónica e cancro do pulmão", afirma o relatório.

O texto alerta que as partículas viajam "por centenas de quilómetros e cruzam as fronteiras nacionais, afetando a saúde das pessoas dentro e fora do país de produção".

O relatório lista os piores infratores da UE, atribuindo 4.690 mortes prematuras a usinas elétricas a carvão da Polónia, 2.490 à Alemanha, 1.660 à Romênia, 1.390 à Bulgária e 1.350 ao Reino Unido.

Os cinco países mais afetados pela poluição são a Alemanha, com 3.630 mortes, Itália, com 1.610, França, com 1.380, Grécia, com 1.050, e Hungria, com 700.

"O aumento das temperaturas, devido às mudanças climáticas, vai agravar o problema", comentou Roberto Bertollini, o representante da Organização Mundial da Saúde (OMS) para a UE, em comunicado.