No Facebook, um vídeo partilhado por um internauta mostra um homem com mobilidade reduzida, em cadeira de rodas, com dificuldades em aceder à estação de São Bento, na Cidade Invicta, devido ao aparato montado pelo Partido Comunista Português (PCP) no âmbito da nova campanha daquele partido pela mobilidade.

"Aqui fica um episódio passado hoje, dia 21 de junho, em frente à estação de São Bento, no concerto gratuito de São João, por parte do Partido Comunista, onde discutem a mobilidade de transportes e se esquecem da mobilidade das pessoas com dificuldades motoras", lamenta o internauta identificado como Pedro Pires.

Contactado pelo SAPO, o PCP ainda não se pronunciou sobre o assunto.

O mesmo utilizador do Facebook publicou ainda uma foto na qual se vê o acesso a pessoas com mobilidade reduzida vedado pelos elementos montados pelo PCP junto à estação de São Bento.

Campanha até sábado

Em declarações à Lusa, Jaime Toga, da Comissão Política do Comité Central do PCP, afirmou que esta campanha, que termina no dia 28, em Vila Nova de Gaia, visa “contactar a população” do distrito e esclarecê-la sobre um conjunto de propostas que o partido defende para esta área, como “a revogação das portagens nas ex-SCUT” (autoestradas anteriormente sem custos para o utilizador) da Área Metropolitana do Porto e “a conversão da Sociedade de Transportes Coletivos do Porto (STCP) para operador interno”.

Apesar da proposta para revogação das portagens nas ex-SCUT ter sido já revogada na Assembleia da República, disse Toga, “o PCP assume o compromisso de prosseguir com esta intenção”. “E os direitos à mobilidade e ao transporte público são inseparáveis de outras matérias” como a qualidade do serviço e os preços pagos, acrescentou o comunista, considerando que para garantir qualidade de serviço “é preciso alargar a rede do Metro do Porto”.

O comunista defendeu ser necessário “pensar a longo prazo na extensão do Metro e não apenas como arma de propaganda eleitoral”, afirmando que devem avançar os projetos para novas ligações a Matosinhos, a Gaia e do Hospital de São João, no Porto, ao centro da Maia, bem como devem ser concretizadas as linhas já pensadas há anos para a Trofa e para o centro de Gondomar.

No âmbito da STCP, disse, “o PCP pretende afirmar a sua proposta de conversão da empresa para operador interno”, que permitirá “substituir os operadores privados no Grande Porto”. “O primeiro passo é substituir a Resende pela STCP em Matosinhos, porque o operador privado não oferece condições de qualidade, de conforto e de segurança”, sublinhou.

Jaime Toga referiu também ser necessário “proceder à modernização, na sua totalidade, da linha [ferroviária] do Douro e Tâmega” e à reabertura da linha de Leixões, proposta que já foi aprovada no parlamento. Para o PCP, não se pode “deixar de atentar que parte significativa de pessoas estão privadas destas ligações”.

Esta campanha, que arrancou esta manhã junto à estação de São Bento, no Porto, vai estar na sexta-feira e no sábado em oito concelhos do interior do distrito.

Com Lusa