Em entrevista telefónica à Lusa, o presidente da ARS-N, Pimenta Marinho, declarou que os serviços de saúde da região vão estar mais em alerta e disponíveis para apoiar pessoas vulneráveis, principalmente os idosos, com equipas de cuidados continuados.

Há sempre aqui uma sensação de que nestes períodos poderemos ter que dar mais algumas consultas e se necessário também alargar horários”, acrescentou Pimenta Marinho, considerando, todavia, que não deverá haver necessidade de ter de alargar horários de funcionamento das unidades.

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Reforçar os meios com mais recursos humanos é outra possibilidade, avançou, referindo que há muitos casos de pessoas identificadas a morar sozinhas e que pode ser vantajoso verificar em casa se precisam de “algum apoio” ou se é preciso levar para o “hospital ou para o centro de saúde”.

Nível de risco vermelho requer alterações nos hospitais

Se no Norte for necessário ativar o nível de risco vermelho os internamentos têm de ser adaptados, bem como o número de camas “para que os doentes sejam atendidos e ver resolvidos os seus problemas”, com um novo modelo de organização para aumentar a capacidade de receber mais utentes, acrescentou aquele responsável.

“De acordo com o Plano de Contingência Regional Saúde Sazonal (PCRSS), foi hoje definido e divulgado que, amanhã [quinta-feira, dia 02 de agosto], toda a área geográfica da região Norte estará no nível de risco amarelo (intermédio)”, disse à Lusa fonte oficial da ARS-N.

Segundo a mesma fonte, o nível de risco amarelo significa que as unidades de saúde estão em “alerta”, ou seja, se for preciso há alargamento dos horários nas unidades de saúde e os recursos humanos podem ser chamados para onde são mais necessários.

Os PCRSS têm níveis de risco com cores diferentes, sendo que o nível 1 - Verde – é para uma “Situação de vigilância” e considerada a menos grave da lista.

O nível 2 - Amarelo – é para “Previsíveis efeitos sobre a saúde” e o nível 3 – Vermelho – é para situações onde são esperadas consequências “graves em termos de saúde e mortalidade”.

O PCRSS – Módulo Verão 2018 da ARS-N, que está ativado desde 01 de maio deste ano e que se prolonga até ao próximo dia 30 de setembro tem, como principal finalidade, “prevenir e minimizar os efeitos negativos do calor intenso na saúde da população em geral e dos grupos de risco em particular”.

Os grupos classificados como vulneráveis ao calor são os idosos, crianças nos primeiros anos de vida em creches e infantários, grávidas, doentes crónicos, como as pessoas que têm problemas cardiovasculares, respiratórias, renais, diabetes e alcoolismo, obesos, acamados, pessoas com problemas de saúde mental, sem abrigo, trabalhadores de exterior e desportistas.

Durante a vaga de calor, a exposição ao calor intenso pode obrigar a cuidados médicos de emergência decorrentes de diversas perturbações no organismo, designadamente, golpes de calor, esgotamento devido ao calor, cãibras, aumento da sobrecarga cardiovascular, agravamento de doenças crónicas, lesões da pele (erupção, eritema, queimaduras solares, fadiga térmica), e problemas psicológicos (incómodo, mal-estar, irritabilidade).

De acordo com o IPMA, a temperatura vai subir de forma acentuada em Portugal continental a partir de hoje, mantendo-se muito elevada até ao fim de semana, com os avisos laranja a passarem a vermelhos (o nível mais grave) a partir de quinta-feira e até às 05:59 de sábado.

Os distritos abrangidos pelo aviso vermelho por causa da persistência de valores elevados da temperatura máxima são Bragança, Évora, Guarda, Vila Real, Santarém, Beja, Castelo Branco, Portalegre e Guarda.

O IPMA adverte que as temperaturas máximas vão estar "muito acima dos valores normais para a época" e podem atingir "máximos absolutos em vários locais", com máximas a rondarem os 45ºC e as mínimas a aproximarem-se dos 30ºC.