A informação foi avançada esta terça-feira à agência Lusa pelo secretário executivo do Comité de Coordenação e Combate à Sida (CCS-Sida), Artur Correia, indicando que o novo financiamento servirá para dar mais atenção aos grupos-chave, como homossexuais, consumidores de droga e profissionais do sexo.

"Há uma contribuição financeira nacional dos nossos parceiros bilaterais para a luta contra a SIDA. Mas temos uma diferença de quase quatro milhões de euros para os próximos três anos e é esta proposta que estamos a discutir para podermos ter sucesso de financiamento junto do Fundo Global", sustentou.

Sobre a situação da tuberculose e da SIDA, Artur Correia, que falava à Lusa no final de um encontro sobre SIDA e Tuberculose, referiu que Cabo Verde "está no bom caminho", quer na prevenção, diagnóstico, tratamento e cuidados.

"Queremos reforçar a nossa proposta, pelo que traçamos algumas metas muito ambiciosas. Por exemplo, ao nível da transmissão vertical (de mãe para filho) do VIH-SIDA, Cabo Verde passou de 15% há alguns anos para 3% neste momento. E a nossa meta para os próximos três anos é conseguir uma percentagem menor que 3% de crianças positivas nascidas de mães seropositivas", prosseguiu Artur Correia.

Afirmando que a meta será conseguida, o secretário executivo do CCS-Sida lembrou que Cabo Verde conta com uma taxa de prevalência da SIDA de 0,8%, mas é uma percentagem que o país quer manter ou diminuir nos próximos anos.

Um das componentes nas ajudas tem sido a cesta básica atribuída às pessoas que vivem com SIDA, mas o Fundo Global já garantiu que essa parte deixou de ser prioridade nas suas políticas, facto que Artur Correia lamentou, mas disse que o país deverá encontrar outros parceiros.

"Mesmo que o Fundo Global não nos financie essa componente, com certeza que iremos encontrar as soluções internamente, juntamente com os nossos parceiros para continuar a garantir as cestas básicas às pessoas que vivem com SIDA", afirmou.

O plano de combate à SIDA e Tuberculose para o período 2015-2017, avaliado em oito milhões de euros, deverá ser submetido ao Fundo Global, parceiro do país desde 2002, ainda este ano.

Cabo Verde regista, desde 2012, uma taxa de um caso de tuberculose por cada mil habitantes e a intenção das autoridades de saúde é erradicar a doença do país até 2016.