De acordo com dados do ministério da Saúde, compilados hoje pela Lusa, o arquipélago recebeu até final de setembro 615.150 doses de vacinas, e no dia 03 de outubro chegou ao aeroporto da Praia um donativo de 100.000 doses, dos Estados Unidos da América, através do mecanismo Covax.

No plano de vacinação contra a covid-19, o Governo cabo-verdiano estimou em 370.362 a população elegível para ser vacinada, correspondendo a todos com mais de 18 anos. Desses, 289.484 já receberam, até 03 de outubro, pelo menos a primeira dose da vacina, equivalente a 78,2%, enquanto 146.124 concluíram o plano de vacinação, com as duas doses previstas, equivalente a 39,5%.

Sem contar com perdas no processo, as doses recebidas por Cabo Verde até ao momento já são suficientes para vacinar mais de 357 mil pessoas no arquipélago.

Até 03 de outubro, Cabo Verde utilizou 435.608 (61%) doses de vacinas recebidas através do mecanismo Covax e doações de países parceiros.

As primeiras doações de vacinas chegaram a Cabo Verde em março passado, através do mecanismo Covax, lançado pela Organização Mundial da Saúde e financiado por vários parceiros internacionais, como a União Europeia. Chegaram então 24.000 doses de vacinas AstraZeneca (as únicas produzidas na Índia administradas no arquipélago até agora) e 5.800 da Pfizer.

Portugal já fez duas doações de vacinas, em maio e em julho, totalizando 48.000 doses da AstraZeneca. Igualmente daquele fabricante foram doadas a Cabo Verde mais 100 mil doses pela Hungria em junho, 150.050 doses pelos Países Baixos em julho e 150 mil doses pela Eslovénia (cujo transporte foi assegurado pelo instituto Camões, de Portugal) em setembro, enquanto o Luxemburgo cedeu outras 56.000 doses.

Antes, Cabo Verde recebeu ainda 31.200 doses também da AstraZeneca da França, através do mecanismo Covax, e 50 mil doses da Sinopharm doadas pela China, enquanto o recente donativo dos Estados Unidos, via Covax, envolveu 100 mil doses da Moderna.

Entretanto, o Governo cabo-verdiano já traçou a meta de vacinar 85% da população adulta até final de outubro, face à necessidade de relançamento do turismo a tempo do próximo inverno na Europa, época alta da procura turística pelo arquipélago por parte dos países emissores, num setor que representa 25% do Produto Interno Bruto cabo-verdiano e está praticamente parado desde março de 2020, devido à pandemia.

“O esforço de recuperação e relançamento da economia vai ser duro, mas vamos conseguir. Nós, os cabo-verdianos, os parceiros, o setor empresarial nacional, os investidores externos, iremos juntos ultrapassar a fase mais difícil e relançar a economia”, apontou anteriormente o primeiro-ministro, Ulisses Correia e Silva.