Os números de hoje ficam bem abaixo da média registada na semana anterior, algo que as autoridades de saúde justificam com a falta de recursos humanos para processar os dados ao fim de semana, e que acabam por ser consolidados às terças-feiras.
A taxa de incidência da doença no país é hoje de 220 mortes e 7.873 casos por 100 mil habitantes, e a taxa de letalidade permanece em 2,8%, de acordo com o último boletim epidemiológico divulgado pelo Ministério da Saúde.
Os números mantêm o Brasil como um dos três países mais afetados pela pandemia da covid-19 em todo o mundo, juntamente com os Estados Unidos da América e a Índia, e especialistas temem que a nação sul-americana enfrente uma terceira vaga da doença nas próximas semanas.
O foco da pandemia no país continua a ser o estado de São Paulo, responsável por 3.272.043 dos casos e por 111.374 das vítimas mortais em todo o Brasil.
O “excesso de mortalidade” no Brasil nos primeiros quatro meses do ano, por causas naturais, foi de 64%, segundo um levantamento divulgado hoje pelo Conselho Nacional de Secretários de Saúde.
As mortes por causas naturais incluem as que ocorreram por doenças, como a covid-19, e excluem, por exemplo, óbitos por acidentes ou armas de fogo.
O excesso de mortalidade mede o impacto da evolução de doenças numa população e a eficácia do sistema de saúde do país em socorrer esses doentes, e o cálculo é feito através da subtração entre os óbitos por causas naturais registados entre o ano analisado e a série histórica anterior.
O estudo, realizado pela organização de saúde Vital Strategies, aponta que houve 211.847 mortes “a mais do que o que era esperado” entre 01 de janeiro e 17 de abril deste ano, período sob análise, naquilo a que os especialistas chamam de “excesso de moralidade”.
Os dados reunidos no painel mostram ainda que o excesso de mortalidade no Brasil até 17 de abril já representava 77% do excesso de mortalidade registado em todo o ano de 2020.
“Esta comparação dá uma dimensão do enorme impacto da epidemia de Covid-19 no país, já nos primeiros meses de 2021″, afirma o assessor técnico do Conselho, Fernando Avendanho, citado em comunicado.
Para 2021, com base na série histórica, eram esperadas 328.665 mortes no país até 17 de abril.
“As mortes não esperadas podem ser reflexo, além da infeção provocada pelo novo coronavírus, do atraso no diagnóstico e tratamento de outras doenças, em virtude da crise sanitária e aumento da demanda dos serviços de saúde. Os dados brasileiros (…) mostram uma inequívoca relação entre o comportamento da epidemia e o excesso de mortes. O excesso de mortalidade em 2020 foi de 22%”, detalhou o Conselho.
Os homens e a população de até 59 anos foram os mais afetados, segundo o levantamento.
“Uma das hipóteses que podem explicar o fenómeno é o facto de homens adotarem comportamento de maior risco de contaminação por covid-19. A nova variante P.1 também tem atingido a população abaixo dos 60 anos. Esses fatores combinados podem explicar o maior impacto entre os homens de até 59 anos”, explicou o Conselho Nacional de Secretários de Saúde.
A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 3.543.125 mortos no mundo, resultantes de mais de 170,2 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
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