A autorização foi concedida pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), órgão de controlo tutelado pelo Governo brasileiro, e divulgada no Diário Oficial da União.
Em comunicado, a Anvisa refere que as vacinas em estudo, designadas BNT162b1 e BNT162b2, “são baseadas em ácido ribonucleico (RNA), que codifica um antígeno específico do vírus Sars-CoV-2″. O RNA “é traduzido pelo organismo humano em proteínas que irão então induzir uma resposta imunológica”, adianta.
Os testes das vacinas da Pfizer e BioNTech preveem a inclusão de cerca de 29 mil voluntários, sendo 1.000 no Brasil, distribuídos pelos estados de São Paulo e Bahia. O recrutamento dos voluntários é de responsabilidade dos centros que vão desenvolver a investigação.
O ensaio clínico aprovado é composto por três fases e o Brasil participará na terceira.
Os testes aos medicamentos desenvolvidos pelo consórcio da Pfizer com a BioNTech farão parte do terceiro estudo para vacinas contra a covid-19 em desenvolvimento no Brasil, que também está a ajudar a testar um imunizante produzido pela Universidade de Oxford e a empresa farmacêutica AstraZeneca, e outra vacina desenvolvida pelo laboratório chinês Sinovac.
Os testes do medicamento desenvolvido pelos cientistas de Oxford começaram em junho no país sul-americano, que deverá realizar cinco mil testes em voluntários, numa parceria que envolve a organização brasileira Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
A vacina da Sinovac, que será aplicada em nove mil voluntários, começou a ser testada em São Paulo. Os testes são coordenados pelo Instituto Butantan, uma instituição científica que produz vacinas há mais de um século.
Metade dos voluntários desta vacina, chamada CoronaVac, receberão duas doses do imunizante a partir desta semana, a outra metade receberá um placebo.
O Brasil é o país lusófono mais afetado pela pandemia e um dos mais atingidos no mundo, ao contabilizar o segundo número de infetados e de mortos (mais de 2,1 milhões de casos e 80.120 óbitos), depois dos Estados Unidos
A pandemia de covid-19 já provocou mais de 610 mil mortos e infetou mais de 14,7 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
Depois de a Europa ter sucedido à China como centro da pandemia em fevereiro, o continente americano é agora o que tem mais casos confirmados e mais mortes.
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