Num documento hoje enviado à agência Lusa, o BE apela ainda ao Governo para que intervenha, também com caráter de urgência “na beneficiação e decorrente superação da degradação das instalações e equipamento de ambas as maternidades” [Daniel de Matos e Bissaya Barreto].

Mulher dá à luz em corredor de hospital e fotógrafa capta o momento
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Pede ainda que o Governo se “comprometa, com datas explícitas, com um cronograma para a edificação da nova maternidade de Coimbra”, e que o “processo de eleição do local para a sua edificação seja objeto de discussão técnica prévia, mas também com a garantia de um subsequente processo estruturado de informação e discussão públicas”.

O BE recorda que, “fruto da acentuada diminuição da natalidade registada nas últimas décadas, a existência de duas maternidades em Coimbra – Maternidade Daniel de Matos e Maternidade Bissaya Barreto – deverá ser reequacionada por constituir uma duplicação de recursos e assim aconselhando a procura de ganhos de escala, sempre na preservação de rigorosos critérios de qualidade e segurança”.

“Daí que a fusão das maternidades existentes tenha que ser planeada e executada com grande rigor no sentido de se prevenirem as entropias ainda recentemente observadas na fusão feita em nome da constituição do Centro Hospitalar Universitário de Coimbra (CHUC). Entretanto, é facilmente antecipável que a nova Maternidade, já prometida pelo menos desde 2006, na perspetiva mais otimista, será obra para ver a luz do dia só para meados da próxima década”, reforça.

O partido recorda “que, na última década, o número de nascimentos não ultrapassou os 5000/ano, o que se traduz, em média, em pouco mais que 13 nascimentos/dia. Até lá [ao aparecimento de uma nova maternidade], as duas maternidades terão que continuar a sua laboração normal, 24 horas por dia, sete dias por semana, 365 dias por ano. Ora, o que é facto é que hoje elas já vivem uma situação de pré-rutura anunciada”.

A carência atual de recursos humanos, diz o BE, “é inquestionável: ambas, somadas, contam com nove obstetras com menos de 50 anos, sete entre os 50-54 anos e 28 com 55 anos ou mais. Se estes profissionais optarem por fazerem valer os seus direitos legais, deixando de assegurar serviço de urgência, no todo ou em parte, elas entrarão em rotura logo no dia imediato; o mesmo para os perinatologistas. E o quadro não é menos sombrio se considerarmos a situação dos restantes grupos profissionais – escassos, envelhecidos, esgotados”.

“E também as instalações de ambas as maternidades se encontram em avançado grau de degradação a exigirem urgentes obras de manutenção. Finalmente: a obsolescência tecnológica em ambas a unidade agrava, ainda mais, uma situação, por si só, inaceitável”, conclui.