O trabalho descobriu "o mecanismo através do qual as células do melanoma mudam comportamentos", sugerindo que prevenir esta mudança para um comportamento invasivo, "possibilita evitar que as metástases (células com mutações cancerígenas) se espalhem, no melanoma e potencialmente em outro tipo de cancros também", disse o cientista que liderou a investigação publicada na revista EBiomedicine.

Aaron Smith, da School of Biomedical Sciences (Escola de Ciências Biomédicas) da universidade australiana explicou que o cancro é caracterizado pelo crescimento descontrolado de células, mas se esse fosse o único problema, as células oncológicas podiam ser facilmente tratadas com cirurgia, na maior parte dos casos.

O que torna o cancro mortal é a sua tendência para mudar, invadir tecidos e deslocar-se para outras regiões do corpo, um processo chamado de metástases. "Um melanoma com metástases é um dos tipos de cancro mais agressivos e difíceis de tratar", referiu.

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Ao examinar amostras de tumores de melanoma, os cientistas observaram que algumas células estão primariamente proliferativas e algumas são mais invasivas e migratórias.

"Também sabemos que algumas células podem alternar entre estes dois comportamentos, ou seja, uma célula capaz de estabelecer um novo tumor no mesmo local pode tornar-se mais invasiva e facilitar a distribuição do cancro para outras partes do corpo. O que não sabíamos era que a razão por que isto acontecia", especificou Aaron Smith.

Em Portugal tem-se observado o aumento da incidência dos cancros de pele os quais, em mais de 90% dos casos, estão relacionados com um passado de exposição exagerada ao sol. Atualmente, estima-se que em Portugal, a cada ano, a incidência de melanoma seja de oito novos casos por cada 100 mil habitantes, ou seja, cerca de 800 novos casos por ano.