“Estamos empenhados, junto dos órgãos centrais, no sentido de movimentar equipas de médicos para Palma, para prestar cuidados de saúde primários”, referiu o governador de Cabo Delgado, Valige Tauabo, hoje na Rádio Moçambique.

A mobilização vai ser feita “enquanto decorrem os processos para a retoma definitiva” dos serviços em Palma.

De acordo com as autoridades, há 180 trabalhadores do setor público da saúde na situação de deslocados internos e outros cinco estão desaparecidos.

Anda segundo o mesmo levantamento, há sete centros de saúde inoperacionais no distrito de Palma, cinco dos quais vandalizados.

Fonte oficial do INGD referiu na sexta-feira à Lusa que um dos principais desafios em Palma, um mês após os ataques, passa por reinstalar as estruturas de governação local.

“Todo o trabalho está a ser levado a cabo para o efeito”, referiu, detalhando que depois de reinstaladas as estruturas locais e respetivos serviços públicos poderá ser a vez de os parceiros humanitários regressarem ao terreno.

Grupos armados aterrorizam aquela província moçambicana desde 2017, sendo alguns ataques reclamados pelo grupo ‘jihadista’ Estado Islâmico, numa onda de violência que já provocou mais de 2.500 mortes segundo o projeto de registo de conflitos ACLED e 714.000 deslocados de acordo com o Governo moçambicano.

O mais recente ataque foi feito em 24 de março contra a vila de Palma, provocando dezenas de mortos e feridos, num balanço ainda em curso.

As autoridades moçambicanas recuperaram o controlo da vila, mas o ataque levou a petrolífera Total a abandonar por tempo indeterminado o recinto do projeto de gás com início de produção previsto para 2024 e no qual estão ancoradas muitas das expectativas de crescimento económico de Moçambique na próxima década.