“O gestor aeroportuário sugeriu que o reabastecimento fosse efetuado no aeroporto de Lisboa, por entender que o protocolo de saúde responderia melhor a este caso concreto, na eventualidade de se revelar necessária alguma intervenção”, refere um comunicado do Instituto Nacional de Aviação Civil (INAC), hoje divulgado.

A explicação foi dada depois de a televisão espanhola Antena 3 ter avançado que Portugal e Marrocos teriam negado autorização para fazer escala nos seus territórios a um pequeno avião que transportava uma norueguesa infetada pelo vírus do Ébola na Serra Leoa.

De acordo com a Antena 3, o avião acabou por fazer escala na ilha Grande Canária, onde foi ativado o protocolo de segurança para estes casos.

Rejeitando que o INAC tenha negado “qualquer aterragem de emergência”, as autoridades salientam que a decisão foi “a mais adequada” e que visou “garantir a melhor resposta à escala técnica solicitada”.

De acordo com a informação divulgada, na segunda-feira à noite o avião endereçou um pedido de escala técnica aos aeroportos de Las Palmas (Espanha) e Madeira (Portugal).

“Registou-se um pedido para reabastecimento no aeroporto da Madeira, de um voo ambulância vindo da Serra Leoa em rota para Paris, com um passageiro norueguês infetado com o vírus Ébola”, referem no comunicado, acrescentando que não foi invocada qualquer situação de emergência.

Face à resposta do operador de aviação na Madeira, o piloto terá ponderado a distância (para Lisboa) e “optou por se dirigir para Las Palmas”, adiantam as autoridades portuguesas.

A norueguesa, uma médica de 32 anos que faz parte da organização Médicos Sem Fronteiras, é a primeira pessoa daquela nacionalidade a ser infetada com Ébola, tendo sido retirada da Serra Leoa – um dos países mais afetados pelo vírus – num avião médico.

Depois de as análises terem dado resultado positivo, a mulher norueguesa iniciou uma longa viagem de repatriamento, para Oslo, mas a meio do trajeto o piloto alertou para a necessidade de reabastecer o avião.

A médica está já no Hospital Universitário de Oslo, onde se mantém em ala isolada para tratamento.