Análises feitas em laboratório revelaram que as fezes de animais que receberam antibióticos emitiam mais do dobro de metano, um gás com efeito de estufa, do que as das vacas que não tinham sido tratadas com fármacos.
A descoberta põe em evidência mais um perigo do uso rotineiro de antibióticos na pecuária, uma prática que incrementou a onda de resistência aos medicamentos nos seres humanos.
"Os antibióticos são amplamente utilizados na pecuária para promover o crescimento e para tratar ou prevenir doenças do gado, mas podem ter grandes consequências para a saúde humana e ambiental", afirmam os autores no estudo. "Nós oferecemos a primeira demonstração de que os antibióticos podem aumentar as emissões de metano nos excrementos", acrescenta o artigo citado pela agência de notícias France Presse.
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A equipa recolheu fezes de dez vacas - cinco que tinham recebido durante três dias um antibiótico comum de amplo espectro chamado tetraciclina e cinco que não tinham recebido nenhum remédio.
Posteriormente, dividiram os excrementos em pedaços menores, que colocaram em baldes para medir e comparar os fluxos de gases emitidos, como dióxido de carbono, metano e o óxido nitroso.
Os investigadores observaram que o tratamento com antibióticos "aumentou consistentemente as emissões de metano" em 1,8 vezes.
A pecuária é responsável por cerca de um quinto das emissões de gases de efeito estufa no planeta. O metano retém o calor solar cerca de 20 vezes mais do que o dióxido de carbono, o gás de efeito estufa presente em maior quantidade na atmosfera, e corresponde a 40% das emissões agrícolas.
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