30 de outubro de 2013 - 15h15
A Cristina está “ótima”. Aos 50 anos, seis depois do último tratamento, vive com cuidados diários mas com a tranquilidade de estar “clinicamente curada” de um Cancro da Mama.  
SAPO Saúde (SS): Passaram-se quase dois anos desde que falámos pela última vez. Como está a sua situação clínica? 
Cristina Ferreira da Silva (CFS): Desde que fui operada em 2006, a minha situação clínica está ótima. Tenho feito os meus exames de rotina de seis em seis meses - as mamografias e os exames tumorais -, mas está tudo bem.
SS: Não passou nenhum susto entretanto? 
CFS: Susto não, porque não houve nenhum alerta para issom mas existe sempre um certo nervosismo quando espero a resposta dos exames.
SS: O seu dia-a-dia mudou depois da doença?
CFS: Passaram-se 6 anos e o meu dia-a-dia tornou-se mais calmo. Já ultrapassei o período dos 5 anos o que psicologicamente é muito importante para qualquer doente e obviamente não sou diferente. Sem dúvida que tenho sido uma privilegiada até agora, por não ter tido nenhuma recidiva. É aí que muda o meu quotidiano, porque hoje em dia dou mais valor em viver melhor.
SS: Continua a ter os cuidados com a alimentação de que nos falou em janeiro de 2012?
CFS: Sim, sim, sim! Se há dois anos já o fazia e ainda tinha imensos estrogénios, agora que acabei de entrar na menopausa estou muito mais "pro" comigo própria.
SS: Considera-se uma vencedora?
CFS: Olho para mim como uma Mulher que até agora foi lutadora na sua vida e na doença e agarro-me de unhas e dentes aos meus 50 anos para que eles me ajudem a ser uma mulher vencedora, uma mulher mais amorosa.
SS: Que apelo faria a outras mulheres da sua idade?
CFS: Diria a todas as mulheres que não custa nada viver em equilíbrio: Dos 20 aos 30 anos, ensina-se o que não se sabe. Dos 30 aos 40, o que se sabe. E, dos 40 em diante, ensina-se o que se deve. Agora posso dizer a todas as mulheres: vão ao médico, façam exames de rotina, eu salvei-me assim. 
Por Nuno de Noronha
O SAPO Saúde entrevistou Cristina Ferreira da Silva em janeiro de 2012. Reveja a entrevista, em vídeo, em baixo.