“Não aceitamos este calendário de negociação, exigimos trabalhar de forma enquadrada na lei e faremos tudo o que estiver ao nosso alcance para que o Governo entenda a importância e prioridade desta carreira”, refere a APAH num comunicado.
A proposta foi apresentada na terça-feira pela secretária de Estado da Administração Pública, Inês Ramires, numa reunião com os sindicatos da administração pública.
A associação considera que o Executivo “desconsidera o impacto” da profissão na sociedade e não tem em conta “o tempo de abandono” a que o grupo profissional “tem sido sujeito pelos sucessivos governos”.
“Se estes critérios fossem considerados, a Administração Hospitalar encabeçaria sempre a lista de carreiras a rever de forma prioritária”, adianta a associação, argumentando que os hospitais têm “enorme impacto social”, contribuindo “de forma única para o bem-estar e saúde dos portugueses”.
“Os sucessivos governos insistem na necessidade de existir melhor gestão em saúde em Portugal, mas mantêm os Administradores Hospitalares há mais de 20 anos sem carreira, sem avaliação de desempenho, sem qualquer progressão ou formação contínua”, salienta.
A APAH insiste que “sem administradores hospitalares a gestão será pior, os hospitais serão menos eficientes e menos produtivos, terão menos margem para investimento e darão menor resposta aos cidadãos utentes do SNS (Serviço Nacional de Saúde)”.
A proposta de calendarização do Governo para a revisão das carreiras mereceu também críticas da Federação de Sindicatos da Administração Pública pelo tempo que leva a concretizar.
O secretário-geral da FESAP, José Abraão, que falava no final da reunião com Inês Ramires, indicou que o Governo se mostrou disponível para rever este ano a carreira de informática, de vigilantes da natureza, polícia municipal, oficiais de justiça, investigação, outras carreiras da saúde e da educação e as do Tribunal de Contas.
"Já depois, em 2024, poderíamos ter a [revisão das carreiras da] reinserção social, as inspeções externas do Estado enquanto carreiras não revistas, e, em 2025, os administradores hospitalares e a medicina legal", precisou.
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