"Percebemos que a saúde mental é a ovelha negra da saúde em Portugal, onde não existem grandes apoios financeiros para lidar com as doenças", disse Miguel Ângelo Queirós, considerando que a debilitação dos doentes em muitas áreas tem como causa principal questões do foro psiquiátrico.

A acessibilidade aos cuidados de saúde mental existe, segundo o responsável, embora não seja "tão facilitado" em zonas como Bragança, Beja, Évora ou em localidades das beiras e do interior.

Este e outros temas relacionados vão ser discutidos na quinta e na sexta-feira por cerca de 200 profissionais de saúde de todo o país e de várias áreas, que participam nas terceiras Jornadas de Psiquiatria e Saúde Mental da Casa de Saúde Rainha Santa Isabel.

A iniciativa, subordinada ao tema "Uma visão sem limites", pretende, segundo o diretor da instituição, Miguel Ângelo Queirós, "refletir e trocar experiências sobre a saúde mental e a psiquiatria" em Portugal.

"Tal como os fundadores desta casa, continuamos a olhar para a saúde mental de uma forma mais ampla e procuramos estar na vanguarda do atendimento e acompanhamento, abrangendo a família e a comunidade", salientou o diretor da instituição.

A sessão de abertura das terceiras Jornadas de Psiquiatria e Saúde Mental será presidida pelo diretor do Programa Nacional para a Saúde Mental, Álvaro de Carvalho, em representação do ministro da Saúde.

Durante dois dias, os participantes vão discutir temas como a esquizofrenia e outras perturbações psicóticas, perturbações do humor, psiquiatria geriátrica, reabilitação em psiquiatria e saúde mental e perturbação do desenvolvimento intelectual.

A Casa de Saúde Rainha Santa Isabel, pertencente ao Instituto das Irmãs Hospitaleiras do Sagrado Coração de Jesus, acolhe atualmente 410 pessoas, lotação máxima, com problemas de saúde mental e psiquiatria, mas os seus índices de ocupação rondam habitualmente os 98%.

"O enfoque das jornadas incide na atualização e partilha de conhecimentos ligados à saúde mental, envolve técnicos diferenciados que intervêm nesta área, desde enfermeiros, assistentes sociais, psicólogos, entre outros", salientou o diretor clínico da instituição, Duarte Falcão.