
"A campanha já arrancou e estamos a falar de crianças acima dos seis meses, grávidas também", disse hoje à Lusa a diretora do Gabinete Provincial da Saúde de Luanda, Rosa Bessa.
Há registo de 38 casos de febre-amarela desde dezembro, sendo o epicentro do surto em Viana, onde aconteceram quatro óbitos e pelo menos 13 casos.
A campanha que iniciou hoje, além da vacinação das crianças prevê ações de sensibilização das populações para o reforço das medidas de prevenção, nomeadamente face a águas paradas e proteção contra a picada de mosquitos.
Serão ainda distribuídas desinfetantes para água à população e realizadas ações de desinfestação de casas.
Esta campanha será posteriormente alargada a outros municípios de Luanda.
O plano de combate à epidemia de febre-amarela em Luanda, lançado a 25 de janeiro, conta com um orçamento provisório de 2.021.525.795 de kwanzas (11,9 milhões de euros), para a aquisição de vacinas e material, custo operacional das atividades, bem como a capacitação e preparação do pessoal envolvido.
O ministro da Saúde de Angola, José Van-Dúnem, reconheceu anteriormente que o país tem disponíveis quantidades de vacinas para o programa de rotina de vacinação contra a febre-amarela, mas não para responder a uma epidemia.
"Mas não é um caso nosso. Há um organismo no seio da OMS [Organização Mundial de Saúde] que faz o controlo do ‘stock' de vacinas para responder à eventualidade de surtos de epidemia", indicou o ministro.
A capital angolana registou, em 2015, uma cobertura vacinal de febre-amarela de 70 por cento, uma redução comparativamente a 2014, ano em que atingiu os 77 por cento.
Os últimos surtos de febre-amarela em Angola registaram-se em 1971 e 1986, integrando a vacina o calendário nacional de vacinação.
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