Segundo a Sociedade Internacional da Continência, Bexiga Hiperativa define-se como uma vontade súbita de urinar, de difícil controlo e que pode ser acompanhada ou não de perdas de urina. Estima-se que a Bexiga Hiperativa possa afetar entre 20% a 30% de todas as mulheres, no entanto, os seus sintomas são muitas vezes desvalorizados, gerando o desconhecimento da doença por parte da população.
Conheça 10 factos sobre a bexiga hiperativa, que podem não ser conhecidos por grande parte da população:
1. É um problema muito frequente
A partir dos 40 anos, esta patologia tende a ser frequente e a afetar mais mulheres do que homens. Em Portugal, cerca de 3 em cada 10 pessoas afirma ter sintomas indicativos desta síndrome.
2. Existem três sintomas comuns
Urgência: a urgência urinária consiste num desejo repentino e inadiável de ir à casa de banho. Esta urgência pode ser acompanhada de perdas acidentais de urina, designando-se de bexiga hiperativa com incontinência, designada incontinência urinaria de urgência
Frequência urinária: uma pessoa saudável vai à casa de banho urinar até oito vezes ao longo de um período de 24 horas. Quando se sofre de bexiga hiperativa, as idas à casa de banho ultrapassam as 10 vezes por dia, podendo chegar às 20. Muitas vezes o sentimento é o de que a bexiga está muito cheia, no entanto, apenas se elimina uma quantidade muito pequena de urina.
Noctúria: as pessoas que sofrem de bexiga hiperativa apresentam, frequentemente, sintomas durante o período noturno. Enquanto uma pessoa saudável aguenta dormir entre 6 e 8 horas sem ir à casa de banho, uma pessoa com bexiga hiperativa acorda para urinar entre 3 a 4 vezes. Esta é uma situação que perturba bastante o sono e que pode ter repercussões durante o dia.
3. Reduzir consumo de água para diminuir sintomas é um erro
O consumo de água reduzido pode tornar a urina mais concentrada, irritar a bexiga e causar obstipação. A maioria das pessoas deverá beber entre 4 e 6 copos de líquidos por dia.
4. Bexiga hiperativa não é sinónimo de cirurgia
Existem medicamentos que conseguem atuar sobre esta síndrome. Atualmente existem duas classes de tratamentos disponíveis que atuam sobre a fase do armazenamento da urina e sobre a fase de esvaziamento. Para além disto há pessoas que conseguem reduzir os sintomas com alterações comportamentais ou do estilo de vida.
5. Algumas comidas e bebidas tÊm um efeito "irritativo"
Quem tem bexiga hiperativa deve evitar o consumo de bebidas com cafeína, como chá, café ou bebidas energéticas, bem como bebidas alcoólicas, e evitar comer alimentos demasiado condimentados, picantes, chocolates e alimentos à base de tomate.
6. A bexiga hiperativa e a incontinência urinária são patologias diferentes
Enquanto a primeira consiste numa contração ou espasmo involuntário e repentino do músculo da parede da bexiga, a incontinência urinária caracteriza-se pela perda involuntária de urina. Apesar de serem problemas diferentes, podem manifestar-se em simultâneo, através da perda involuntária de urina quando se sente uma vontade forte de urinar.
7. Tem um grande impacto na qualidade de vida dos doentes
Apesar de não ser uma doença fisicamente incapacitante, dolorosa ou fatal, pode levar algumas pessoas à depressão ou ao isolamento.
8. O frio pode agravar os sintomas
A principal razão é que o frio ou as mudanças de temperatura súbitas estimulam as fibras que fazem a enervação da bexiga nas pessoas com bexiga hiperativa
9. Apenas 10% dos doentes procura ajuda médica
Uma das principais causas para a desvalorização dos sintomas é a falta de informação por parte dos doentes e dos prestadores de saúde. O sentimento de vergonha e a noção errada de que é “um problema da idade” contribuem para o atraso no diagnóstico.
10. A informação é essencial
As pessoas que tenham os sintomas acima devem procurar ajuda junto do seu médico de família ou urologista, de forma a conseguir o diagnóstico rápido e o melhor tratamento possível.
As explicações são do médico Frederico Ferronha, especialista em Urologia.
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