É possível manter a nossa memória ativa e flexível com o passar dos anos. O essencial é manter a mente ativa e levar uma vida saudável .
Costumo comparar o cérebro a um músculo. Sabemos que para estar em boa forma física temos que ter um estilo de vida saudável. Comer bem, fazer exercício, dormir bem. Manter a memória em boa forma é como exercitar um músculo. Precisamos de manter o nosso cérebro activo! Ler livros, resolver quebra-cabeças e palavras-cruzadas, aprender novas línguas, aprender a tocar um novo instrumento musical ou simplesmente aprender algo novo. Até mesmo conversar com amigos é um óptima maneira de exercitar a mente e mantê-la afiada. Todas esta actividades ajudam a fortalecer as conexões neurais e a manter o cérebro ágil, o que é importante em todas as idades, mas essencial na prevenção do declínio cognitivo com o avançar da idade.
Quando já existe um problema, optamos habitualmente por recomendar a estimulação cognitiva. Falamos em estimulação cognitiva para falar de um tipo de terapia, habitualmente desenvolvido pela psicologia, em que são desenvolvidas actividades que desafiam, estimulam e mantêm o cérebro activo, como jogos de lógica, jogos de memória ou quebra-cabeças. É como ter um PT mais dirigido para um treino para o cérebro. Utilizamos este tipo de terapia em casos como as demências ou os traumatismos crânio-encefálicos.
É verdade que, com o passar dos anos, o cérebro tende a ficar um pouco mais lento mas a velocidade com que isto surge varia de pessoa para pessoa.
O ritmo de envelhecimento do cérebro e do corpo pode variar bastante de pessoa para pessoa e depende de vários fatores, incluindo o estilo de vida, a nossa genética e a saúde em geral. Sabemos que um influencia o outro, mas a sua evolução não é sempre a par e passo.
Em algumas pessoas, o corpo pode mostrar sinais de envelhecimento mais rapidamente, com perda de massa muscular ou problemas articulares. Noutros casos, pode ser o cérebro a dar sinais mais cedo, com dificuldades de memória ou processamento de informações numa pessoa que em termos físicos está relativamente bem.
Continuar a aprender, manter a mente ativa e ter um estilo de vida saudável são a chave para uma boa memória, independentemente da idade.
Claro que a alimentação e o exercício físico também ajudam. Tudo o que envolve cuidar de nós, tem um impacto positivo no nosso cérebro. Comer alimentos saudáveis e fazer exercício regularmente mantém o cérebro saudável.
O cérebro como nós, precisa de parar de vez em quando e ir de férias. Mas ir de férias não significa parar. Nas férias, podemos exercitar a memória de forma divertida! Viajar, conhecer novos lugares, aprender algo novo, tudo isto é ótimo para o cérebro.
Também é importante relaxar, fazer pausas diferentes e cuidarmos do nosso sono no dia-a-dia. Não podemos adiar cuidados que devem ser diários para as férias!
Tal como nós, a memória também precisa de descansar. É essencial no dia-a-dia alterarmos período de atividade e períodos de descanso para permitirmos ao nosso cérebro processar e armazenar tudo o que aprendemos durante o dia, recarregar as energias e promover a reparação dos tecidos danificados. Dormir bem é essencial para que a memória funcione corretamente.
Um artigo da médica psiquiatra Maria Moreno, da CogniLAB, em Cascais.
Comentários