Alguns fãs da série de televisão «Os Simpsons» ainda se recordam do episódio em que Lisa Simpson usa a engenharia genética para criar um super tomate que ajudaria a acabar com a fome no mundo. Uma equipa de investigadores da Universidade de Washington University em Saint Louis, nos Estados Unidos da América, acaba de materializar essa invenção. Os cientistas conseguiram aumentar em 82% a produção deste fruto em plantas que foram polvilhadas com um spray de nanopartículas.
Os especialistas foram ainda mais longe ao dar origem a exemplares de tomates com um conteúdo de substâncias antioxidantes acima da média. A nova técnica, desenvolvida pela equipa de Ramesh Raliya e de Pratim Biswas, recorre a óxido de zinco e a nanopartículas de dióxido de titânio para aumentar a capacidade da planta absorver luminosidade e minerais, uma vez que o dióxido de titânio facilita a concentração de clorofila nas folhas do tomateiro.
A junção da substância melhora e acelera o processo de fotossíntese. A inovação, já divulgada no jornal Metallomics, fez também disparar a quantidade de licopeno (a substância antioxidante que dá a cor vermelha às frutas e aos legumes) dos frutos produzidos por este método «em entre 80% a 113%», garante um dos responsáveis pela experiência, tornada pública no início de novembro de 2015.
Apesar de haver muitos estudos que relacionam a ingestão de licopeno à redução do risco de cancro, continua a não existir uma validação científica por parte do regulador norte-americano da saúde e da alimentação. Entusiasmada com a descoberta, a equipa está já a desenvolver uma nova formulação de nanonutrientes que não inclui apenas zinco, inclui todos os 17 elementos de que uma planta necessita para crescer.
Os especialistas acreditam que a nova técnica pode ajudar a alimentar os nove mil milhões de pessoas que se estima que habitem o planeta em 2050, consumindo menos água e menos recursos energéticos. «Daqui por 100 anos, existirão mais cidades e menos terra cultivada, mas necessitaremos de mais comida», justifica Ramesh Raliya. «Precisaremos de uma metodologia mais eficiente para as plantas crescerem», refere ainda.
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