Desde o nascimento o leite faz parte da dieta com um papel relevante na obtenção de nutrientes como o cálcio. Mas, como na restante alimentação, é preciso ter em conta a origem e qualidade do leite consumido.
A industrialização e a forte procura leva a que a produção seja, muitas vezes, feita em condições “desumanas” para as vacas. E isso reflete-se na qualidade, e quantidade, do produto final.
Com o fim das quotas leiteiras na União Europeia, prevê-se um aumento da produção no espaço europeu. A suceder, os produtores, que perdem também parte dos apoios financeiras que usufruiam até ao momento, terão a tendência para aproveitar até ao limite os animais e espaço disponível.
A melhor aposta será na diferenciação pela qualidade. Qualidade do produto, qualidade de vida dos animais.
Os preços para o consumidor poderão ser esmagados, principalmente se a UE e EUA chegarem a acordo com o tratado de livre comércio (TTIP). Prevê-se a "invasão" do mercado europeu com leite norte-americano, prejudicando a produção dos países periféricos, como Portugal, onde o custo de produção é mais elevado.
Esta redução do preço é, normalmente, conseguida através da industrialização dos processos, normalmente sinónimo de manter as vacas fechadas, em espaços apertados, ou alimentadas com rações e com a adição de hormonas muito utilizadas, por exemplo, no mercado norte americano.
Em países onde a capacidade de produção é mais limitada, logo à partida por questões de espaço e das pastagens disponíveis, a melhor aposta será na diferenciação pela qualidade. Qualidade do produto, qualidade de vida dos animais.
O Programa Leite de Vacas Felizes define que as vacas têm de viver ao ar livre todos os dias do ano.
A produção de leite nos Açores representa cerca de 46% da economia regional e é uma das regiões periféricas que tem sido referida nas discussões dos eurodeputados como uma das que “necessita de especial atenção” depois do fim das quotas leiteiras. A aposta na qualidade de vida das vacas pode ser a diferenciação que os Açores precisam para se manter como região de excelência para a produção leiteira.
A pensar neste processo, a Terra Nostra apostou na criação do programa “Leite de Vacas Felizes”. Este projeto tem como missão contribuir para uma produção mais sustentável, de forma a conseguir um leite único de qualidade superior – “um puro leite de pastagem”.
A aposta na qualidade de vida das vacas pode ser a diferenciação que os Açores precisam para se manter como região de excelência para a produção leiteira.
“O leite dos Açores é baseado numa pastagem natural única, que só existe num sítio, aqui. É um leite diferente, não é baseado em rações, está isento de poluição”, referiu Ana Cláudia Sá, diretora geral da Bel, empresa que detém a Terra Nostra, no início de janeiro, no lançamento do programa nos Açores.
Os cerca de 500 produtores açorianos que trabalham com a marca terão de cumprir as regras mínimas ou deixarão de fornecer leite para a Terra Nostra.
“Leite de Vacas Felizes” assenta em 5 pilares: pastagem, bem-estar animal, qualidade e segurança alimentar, produção sustentável e eficiência.
A marca acredita que “o melhor leite vem da pastagem e de vacas felizes – vacas que vivem como devem, ao ar livre e que se alimentam à base de erva fresca o ano inteiro - em vez de vacas que vivem fechadas em estábulos com uma alimentação à base de rações”.
Ao investir na procura de leite oriundo de vacas felizes, um “ puro leite de pastagem”, como faz questão de reforçar, a Terra Nostra aposta na diferenciação dos Açores como região nobre para a produção de lacticínios de qualidade superior.
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