É no topo do Lisbon Art Stay Hotel que se esconde aquele que é o segredo mais bem escondido de Lisboa. Chama-se Speakeasy Rooftop Bar Ruby Rosa e é o mais recente bar a abrir portas em plena baixa lisboeta. Como forma de expandir o entretenimento da capital e aproveitar o sétimo piso do hotel, Mariana Axel decidiu inaugurar um novo espaço totalmente dedicado aos cocktails.
À semelhança do outro espaço que já tem na capital, – o restaurante Navega localizado no piso térreo do hotel e que junta arte e entretenimento - o objetivo foi criar algo diferente. Assim pegou no conceito de speakeasy, bares que durante os anos 1920 e 1930 se dedicavam à comercialização ilegal de bebidas alcoólicas, e nasceu o Ruby Rosa. “É tudo influenciado pela época da Lei Seca, onde era tudo secretismo”, explica ao SAPO Lifestyle a gerente deste espaço que conta uma lotação máxima de 35 pessoas. “Estamos no sétimo andar, o bar não é visível ao público que está de fora, estamos escondidos e este é um espaço pequeno e exclusivo.”
Para a decoração deste espaço – que é uma reinterpretação de uma caixa de joias que guarda os tesouros mais preciosos - Chiara Gerer tentou criar um ambiente cool e irreverente. Assim que saímos no últmo piso, é um letreiro vermelho luminoso que dá as boas-vindas aos clientes do Ruby Rosa. Completamente espelhado do chão ao teto, o espaço conta com diversos sofás e cadeirões estampados, onde as riscas e o animal print convivem com o brocado o floral e o cabedal. Ao percorrer o espaço é impossível ficar indiferente aos pequenos detalhes decorativos, como é o caso dos candeeiros em forma de cabeça humana que podemos encontrar no bar ou o lavatório em vidro suportado por duas mãos em pedra instalado no WC.
A coquetelaria está a cargo de Alex Camargo que há diversos anos se dedica à arte de fazer bebidas e que regressou ao Lisbon Art Stay Hotel aquando da abertura deste novo espaço. Para criar os 10 cocktails do Ruby Rosa, o barman foi buscar inspiração a livros de referência na história da coquetelaria dos séculos XIX e XX de forma a aplicar parte desse encanto no menu. “A ideia foi pegar numa parte da coquetelaria old shcool e meia esquecida, e refazer os insumos e todos os ingredientes de uma maneira antiga. E a partir daí fazer uma segunda parte, um menu autoral, também com essa mesma linha: fazer todos os ingredientes, fazer os licores, os xaropes e tudo o resto”, afirma o mixologista. O resultado está à vista: quatro cocktails de assinatura e seis cocktails clássicos.
Too Mushroom (Bourbon de óleo de sésamo tostado, sumo de limão, açúcar, clara de ovo e cogumelos fritos) e o The Coronel Special Cocktail (com um perfil cítrico, frutado e herbal) são duas das sugestões do barman. Para quem não aguenta bebidas fortes, Alex Camargo sugere algo “na linha de sours, levemente adocicados, que não são tão alcoólicos” ou então os mocktails.
Mas aqui também há espaço para pequenos petiscos. Marcus Stoll, responsável pela cozinha do Navega há dois anos, pegou nas suas influências do Brasil para criar um menu de assinatura de base contemporânea onde se destacam os ingredientes portugueses. “Como este espaço é bem descontraído e totalmente diferente, eu fiz quatro amouse-bouches diferentes”, refere o chef de cozinha sobre esta carta repleta de combinações inusitadas e toques inovadores.
Bombom de pato confitado (em grué de cacau, melgão, castanha portuguesa e redução líchia), Mini wrap de rosbeef (Hortelã e pimentos padrón), Mini bola de Berlim (gravlax de salmão, mousse de abacate, rabanete e endro) e Tártaro de côco (pepino, maçã verde, aipo, gengibre, manjericão e crumble salgado de lima) são as quatro opções disponíves, sendo que esta última se destaca por ser 100% vegan.
De todas as suas criações, o destaque vai para a Bola de Berlim. “Foi uma ideia que tive à beira da praia quando estava na Costa da Caparica. Passou um senhor que estava a vender Bola de Berlim e eu pensei ‘Porque é que não posso fazer uma versão salgada?’”, relembra, explicando que após muita pesquisa, decidiu fazer uma reinterpretação deste bolo tradicional alemão ao juntar o doce da massa com o picante do wasabi.
Atento à questão do desperdício, o Ruby Rosa tenta ao máximo reaproveitar todos os seus ingredientes, como é o caso da calda de líchia que é utiliza por Alex Camargo na preparação das bebidas e usada novamente por Marcus Stoll na confeção das receitas.
Para além dos cocktails e da decoração, outros dos trunfos deste espaço é, sem dúvida, a vista 360º da cidade, onde o Castelo de São Jorge é um dos grandes destaques. Ainda que o foco não sejam os eventos, no verão os proprietários pretendem aproveitar o espaço exterior para a realização de sunset parties e onde é possível desfrutar de “um momento descontraído e cozy com uma vista impagável”, afirma a gerente. Para além de estar de portas abertas a todos os guests do hotel e não só, neste espaço também é possível realizar eventos e festas privadas.
Apesar de o Ruby Rosa ter aberto há pouco dias, Mariana Axel já tem outros projetos na manga. Um deles é o Fancy, um espaço cultural com uma lounge area dedicada a DJ set e eventos, como drag shows, performances e concertos ao vivo, que irá instalar-se em breve no Lisbon Art Stay Hotel. “Vamos ter três espaços num só prédio em que [todos os clientes] vão poder percorrer as casinhas e cada espaço tem uma experiência diferente a ser vivida”, elucida.
O Speakeasy Rooftop Bar Ruby Rosa está aberto de segunda a domingo entre as 14:00 e as 23:00.
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