“Portugal é o nosso maior cliente (…). O ano passado foram exportadas 27 mil toneladas de bacalhau, o que comparado com o ano anterior de 22 mil toneladas é um aumento bastante grande”, salientou Bjarne Haagensen, que trabalha com o mercado português desde os anos 60.

“Nós dependemos das quotas de pescas, as quotas tem aumentado e nós temos baixado os preços (…) Para nós é um preço historicamente baixo, mas convivemos [com isso]”, adiantou.

O empresário, de 82 anos, vai participar hoje num seminário onde vai ser discutido o futuro do bacalhau e que traz a Lisboa os principais intervenientes do setor a nível mundial, bem como a ministra norueguesa das Pescas, Elisabeth Aspaker.

O Brasil é outro mercado importante, ocupando atualmente a segunda posição nas exportações, mas Bjarne Haagensen sublinha que “o povo português é quem sabe mais de bacalhau” exigindo uma qualidade que não é determinante para outros mercados.

Nos últimos anos, as empresas portuguesas aumentaram a quantidade de bacalhau que exportam para o Brasil, que atingiu 12% do total no ano passado, de acordo com o mesmo responsável.

Este ano, a quota de bacalhau, gerida em conjunto pela Noruega e a Rússia, vai sofrer uma redução de 10%, mas Bjarne Haagensen acredita que vai continuar a haver bacalhau salgado seco para abastecer Portugal, apesar da concorrência de outro tipo de produtos como o bacalhau fresco, dos filetes e do congelado.

Para o comerciante norueguês este será também o último dos negócios a ser afetado pelas dificuldades económicas: “A última coisa que a gente deixa de comprar é a comida”, comentou.

As exportações norueguesas de bacalhau de Portugal têm aumentado nos últimos anos e registaram um crescimento de 13% em 2014, tendo sido vendidas 56.300 toneladas (49.800 toneladas em 2013), segundo dados do Conselho Norueguês das Pescas (Norge).