O presidente da Câmara de Chaves, Nuno Vaz, salientou que a feira é um espaço de negócios para os expositores, cerca de 70 no total e 16 dedicados à produção de fumeiro, mas pretende também atrair visitantes à região num período de menor procura turística.

“Alguns deles são jovens, licenciados, que fizeram uma opção de produzirem fumeiro e aqui continuarem a ter um projeto de vida e de futuro. O que nós queremos com este momento é pô-los em evidência, dar relevância e mais uma oportunidade de colocarem no mercado o seu produto”, afirmou o autarca.

Nuno Vaz destacou a importância de, ao mesmo tempo, se perpetuarem os saberes ancestrais.

“Queremos destacar aquilo que é este labor genuíno, em muitos casos com um sabor ancestral para que não percamos nunca esta dimensão antropológica, mas também etnográfica em algumas das suas dimensões, para que continuemos a ter esta diversidade de conhecimento, de saber e de paladares”, afirmou.

O autarca falava durante a apresentação do certame na cozinha regional Felizardo, uma das que vai marcar presença na Feira dos Sabores e onde se preservam as receitas antigas da confeção de fumeiro.

André Rodrigues é o porta-voz do projeto protagonizado pela sogra Silvia Felizardo que ainda utiliza as receitas ensinadas pela sua bisavó, receitas antigas que foram passando de geração em geração.

A empresa vende diretamente aos seus clientes, na cozinha e através das plataformas na Internet, mas também participa em feiras e mercados, uma atividade ainda sazonal, mas que se vai estendendo pelo máximo de período possível.

Questionado sobre se poderá vir dar continuidade ao projeto, André Rodrigues admitiu que o fumeiro poderá ser uma atividade complementar, no entanto considerou que a atividade e o trabalho diário e “de sol a sol” “não são valorizados”.

Para a Feira dos Sabores, a cozinha regional Felizardo preparou seis porcos que transformou em alheiras, salpicões, chouriças, entre outros produtos.

Para além do fumeiro, o certame destaca ainda o presunto, o pastel de Chaves ou o vinho que tem vindo a ganhar relevância neste território.

O presidente Nuno Vaz anunciou ainda que, no decorrer de 2024, estará concluída a obra de construção do pavilhão multiúsos, no espaço do antigo cineteatro, num investimento “que ultrapassa os três milhões de euros”.

No multiúsos, ao qual se quer dar um uso contínuo, realizar-se-ão certames, como a Feira dos Sabores, outros eventos de promoção dos produtos locais, concertos, exposições e acolherá ainda um laboratório experimental e sensorial em torno da água.

O “Aquanatur Palace”, como se designa o laboratório, pretende ser um tributo à importância que a água termal tem tido em Chaves ao longo dos tempos, desde o período romano até aos dias de hoje e, no local, o visitante poderá desfrutar de um conjunto de experiências relacionadas com a água.