"Despechá" e "Saoko" foram misturadas com trechos de músicas do cantor de flamenco Camarón de la Isla ou de música latina, durante um longo e teatral desfile da marca de luxo francesa.

Com curadoria da própria Rosalía, o funk carioca integrou a trilha sonora do desfile com a música "Sento No Bico Da Glock", do Dj Gabriel do Borel, em parceria com Mc lucy & MC Rogê. Vestindo um enorme anoraque acolchoado branco, a artista espanhola cantou em cima de um enorme carro amarelo, para um público entusiasmado.

O cenário do desfile recriou o apartamento de um jovem negro. Um menino que sonha viajar e desenhar. A partir daí, o desfile de outono/inverno da Louis Vuitton começou com uma passarela apresentando casacos XXL, capuzes de couro, jaquetas cinturadas e até ternos feitos de papel.

As carteiras e malas pareciam acolchoadas, algumas a transbordar de papéis e sonhos. Os ternos são volumosos, inicialmente em tons acinzentados, para depois dar lugar à cor de vinho. As estampas, inclusivamente em camuflagem militar, surgiram com variações de cores. Os padrões de pontos, feitos em colaboração com a artista japonesa Yayoi Kusama, foram um dos destaques da apresentação.

As modelos passavam e rabiscavam nas paredes do cenário, enquanto Rosalía alternava fragmentos de "Motomami", que lhe rendeu o Grammy Latino de melhor álbum do ano passado, com músicas de outros intérpretes.

Sem diretor criativo para as suas coleções masculinas desde novembro de 2021, com a morte do americano Virgil Abloh, a Louis Vuitton recorreu a um coletivo de criadores para esta coleção. Os cineastas Michel e Olivier Gondry, o estilista Ibrahim Kamara, recentemente nomeado responsável pelas coleções da Off-White, e o fundador da marca KidSuper, Colm Dillane, formaram este projeto multidisciplinar.

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