"O desfile outono-inverno 2025 no dia 25 de fevereiro em Milão será apresentado pela equipa de criação da Gucci. A nova direção artística será anunciada no devido tempo", disse o comunicado sem avançar mais detalhes.

Sarno já trabalhou para Valentino, Prada e Dolce&Gabbana. O diretor sucedeu Alessandro Michele, que por sete anos inovou com coleções coloridas e originais, mas sem aumentar as vendas o suficiente.

O CEO da Gucci, Stefano Cantino, expressou "profunda gratidão a Sabato devido à sua paixão e dedicação à Gucci".

Francesca Bellettini, chefe de desenvolvimento, acrescentou que a ideia para a próxima direção artística é "levar a Gucci a uma liderança renovada na moda e ao crescimento sustentável".

A marca italiana é responsável por quase 50% das vendas do Kering e dois terços do seu lucro operacional.

O Kering foi "particularmente" afetado pelas condições de mercado, principalmente na Ásia-Pacífico, disse o grupo ao apresentar os seus resultados do terceiro trimestre em outubro.

Nesse período, as vendas da Gucci caíram 26%, a 1,64 bilhão de euros, enquanto o Kering, gerido pelo magnata francês François-Henri Pinault, registou uma queda de 15%, a 3,79 bilhões de euros.

Críticas dos analistas

Uma análise do banco Bernstein estimou que o mau desempenho  "levanta dúvidas sobre a estratégia e direção atuais da Gucci".

"A questão é que a Guccii de Sabato De Sarno talvez seja 'elegante e afetada demais' para ser reconhecida e desejada por potenciais consumidores da Gucci", e também "se potenciais consumidores da Gucci a apreciam e estão dispostos a gastar dinheiro para adquiri-la. Até agora, a resposta tem sido um claro 'não'", escreveram os analistas em outubro.

Em nota esta quinta-feira, analistas do banco de investimento RBC estimaram que a saída de Sarno "não é uma grande surpresa, dado o fraco desempenho da Gucci em comparação com os seus concorrentes".

Já analistas do Citi ficaram surpresos com este anúncio "antes dos resultados anuais da Kering", programados para 11 de fevereiro.

O Kering esforça-se para realinhar a Gucci: em outubro, nomeou um novo diretor-executivo, Stefano Cantino, para substituir Jean-François Palus, próximo de François-Henri Pinault nomeado temporariamente em 2023 para a colocar no caminho da recuperação.