"O tema da coleção e a inspiração é o mar, o mar em todas as suas formas. Nasceu assim uma coleção aquática, feminina, muito elegante, com um toquezinho de sensualidade, ora com formas fluidas, ora com formas muito geométricas, mas com muita ondulação", descreveu Fátima Lopes momentos antes do desfile na Maison Champs-Elysées, perto da Avenida dos Campos Elísios e da icónica Avenue Montaigne, uma avenida repleta de marcas de alta costura.

A ‘designer’ de moda escolheu uma palete de cores a sugerir o mundo do mar, insistindo nos diferentes tons de azul e nas formas geométricas e gráficas inspiradas nas ondas.

"É uma coleção que tem tudo de Fátima Lopes, muito sofisticada, talvez - direi - a mais sofisticada dos últimos anos. Sobretudo, como coleção de verão, talvez seja a mais sofisticada de sempre", resumiu.

Para a estação quente, Fátima Lopes criou "uma coleção com muita vida" e "que se pretende muito feminina, muito elegante, muito alegre para o verão de 2017", graças aos tons aquáticos.

"Em relação às cores, o tema é o mar e, por isso, temos muitos azuis, a primeira parte do desfile é todo um 'dégradé' de azul, com muitas cores. Depois, temos o sol em amarelo, temos o rosa fúcsia, temos os rosas muito clarinhos, um toquezinho de preto - pouco porque é pouco habitual nas minhas coleções", explicou.

A linha foi imaginada como "uma coleção de ‘prêt-à-porter’ pensada para todas as ocasiões do dia ou da noite", como se fosse "um bocadinho da alta-costura no meio de uma coleção de ‘prêt-à-porter’", com materiais nobres e tecidos esvoaçantes.

"Uma coleção muito rica em materiais nobres, digamos assim, muitas variedades de sedas, temos cadi, temos cetins, muitas mousselines esvoaçantes, depois temos pele, temos lãs frias, temos linho e temos muitas rendas, muitos 'pailletés', portanto. Não há uma peça simples na coleção e há muitas peças que são bordadas à mão por muitos, por milhares de pailletés", descreveu.

A criadora apresentou-se novamente em nome individual, naquele que constituiu o seu 36.º desfile em Paris em 18 anos, porque "Paris é obrigatório" e "é a montra da Fátima Lopes para o mundo".

"São 18 anos consecutivos na semana da moda, são 18 anos de uma carreira, de uma marca que se fez ao longo do tempo. Paris é obrigatório, Paris é a montra da Fátima Lopes para o mundo. É daqui que tudo acontece, o lado comercial nasce a partir daqui e, por isso, esta minha teimosia de continuar em Paris e espero continuar por muitos mais anos porque, na verdade, isto é fundamental, é obrigatório e é o que eu gosto mais de fazer", disse.

Na segunda-feira é a vez de Luís Buchinho apresentar as propostas para a próxima primavera/verão, no interior do museu Palais de Tokyo, também no calendário ‘off' da semana de moda de Paris.