Caroline de Maigret, que já havia trabalhado para a Chanel na década de 1990, abriu o desfile sobre os paralelepípedos em frente à Torre Eiffel, com um longo casaco azul marinho.
A cantora e atriz Vanessa Paradis, que personifica o encanto parisiense segundo a Chanel, exibiu um vestido longo de organza, com camélias de veludo preto aplicadas.
O Sena fascinou os estilistas de moda mais do que nunca nesta temporada. Louis Vuitton, Kenzo e Alaia apresentaram as suas coleções nas pontes parisienses, tanto de moda masculina como de alta-costura.
"Se estamos em Paris, desta vez é hora de estar no seu coração, nos cais. As ruas e os paralelepípedos coloridos pedem tanto sofisticação como simplicidade", explica Virginie Viard, diretora artística da Chanel, num comunicado sobre o desfile.
A coleção joga com os contrastes: "parisienses" com os tradicionais conjuntos de tweed com saias abaixo do joelho, casacos boémios, blusas fluidas e lenços na cabeça.
A estilista combina tweeds, musseline de seda, organzas e rendas bordadas com motivos florais e gráficos.
Nieves Álvarez para homenagear Callas
Quando o diretor Claude Lelouch pediu a Stéphane Rolland para filmar o desfile para o seu próximo filme, "Finalement", o estilista aceitou imediatamente. "Foi um presente do céu", explicou à AFP.
A ideia é reproduzir uma gala de 1958, quando Callas estava no auge do seu estrelato na ópera.
Stéphane Rolland, amante das cores vivas, desta vez optou por uma paleta mais sóbria: com exceção dos vestidos vermelhos, "tudo é preto e branco. É intimidante, decidido. No Palácio Garnier não tenho vontade de provocar com rosa, amarelo ou verde", explica o estilista.
O próprio Rolland colocou a "mão na massa" para esculpir peças de porcelana que foram bordadas nos vestidos.
Cada traje faz referência a um personagem vivido por Maria Callas: a Violeta de la Traviata, Norma, Medea.
Para interpretar Callas, Stéphane Rolland chamou a sua modelo favorita, a espanhola Nieves Álvarez, que abriu o desfile com um vestido de gaze preto e o fechou com outro de musseline branca, que lembra uma noiva.
Também desfilaram a atriz brasileira Maria Fernanda Cândido, "que tem a graça de Callas", e a modelo iraniana Farnoush Hamidian, "uma mulher que luta pela sua liberdade e a liberdade das mulheres".
"Callas era isso", concluiu o estilista.
Alexis Mabille reinventa o 'smoking'
O estilista francês Alexis Mabille optou por reinventar o 'smoking' para a silhueta feminina, com cortes que foram reduzidos à medida que avançava o desfile, realizado na casa de leilões Christie's.
Começou com um top em jersey preto de gola alta e, na parte de baixo, um 'smoking' que começava assimetricamente na cintura, em forma de saia.
O traje foi reduzido até virar um body de crepe preto, quando a última modelo entrou na passerelle.
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