Basta uma rápida pesquisa no mundo das redes sociais e na blogosfera para encontrarmos um nicho em ascensão completamente dedicado ao estilo no masculino. Também é cada vez mais claro que o termo style icon deixou de se associar, unicamente, a mulheres como Alexa Chung ou Olivia Palermo, e que nomes como Mariano Di Vaio, Brooklyn Beckham e Lucky Blue Smith, transformaram-se em verdadeiros it boys. Apesar do público feminino também ser responsável pelo seu sucesso, não há dúvida que estas personalidades têm uma influência cada vez maior no público masculino, em especial, na fatia mais jovem que consome o online como ninguém.

Estes influencers são, por um lado, vistos como um exemplo a seguir e, ao mesmo tempo, são um exemplo perfeito daquilo que os olhos mais atentos têm vindo a reparar: os homens estão, efetivamente, mais preocupados com a sua aparência.

Se tudo isto não fosse verdade o mundo da moda não estaria a fazer um esforço notório para agradar a um público que até há bem pouco tempo era colocado em segundo plano. Desde Stella McCartney, que em novembro lançou a sua primeira coleção menswear, até à Stradivarius, que em breve terá na sua loja online uma linha masculina, muitas são as marcas que têm estado mais atentas aos desejos e necessidades do homem moderno.

Mas afinal porque estão os homens mais preocupados com a sua aparência e com o que vestem? Para Janie Chang, Head of Product Design and Development da linha Menswear da C&A, trata-se essencialmente de uma questão de confiança. Cada vez mais os homens gostam de arriscar e de sair da sua zona de conforto. E é aqui que algumas marcas têm de se adaptar. Muitas das coleções mais simples e clássicas que era habitual encontrar nas marcas fast fashion, e até num contexto mais high end, já não satisfazem o público masculino. Agora há um desejo por algo novo, algo diferente, e por isso, mais do que nunca, é necessário inovar.

Estas mudanças não têm de ser, necessariamente, muito drásticas. Também segundo Janie passam por uma maior atenção às tendências (o militar e o veludo que tem deixado as mulheres loucas também tem lugar nos armários masculinos) e por algumas alterações no que toca a tecidos, silhuetas (o slim fit é cada vez mais o corte
de eleição) e cores (porque o homem moderno gosta e pode usar cor-de-rosa).

Estas duas últimas alterações jogam com um termo bastante interessante que surgiu em conversa com Janie: a “feminização da moda masculina”. Não, os homens não se vestem como as mulheres, mas já não têm medo de olhar para a moda um pouco da maneira como elas olham: como uma forma de sentirem bem consigo mesmos e de se expressarem.